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Arteira nº7,
Revista de
Psicanálise,
EBP-SC:
“O que
escapa”
Este número de
Arteira
evoca o espírito
do programa de pesquisa do
X Congresso da
Associação Mundial de Psicanálise
“
O corpo
falante, sobre o inconsciente no século XXI
”.
Como dizer o que escapa? Como tocar pela
palavra aquilo que a rechaça e que promove a
fuga do sentido? Por outro lado, o que escapa
não deixa de produzir efeitos sobre o corpo,
provocando a tagarelice e a elucubração
sobre a
lalingua
. O que escapa não cessa
de não se escrever, e tocá-lo é praticamente
uma raridade, um acontecimento, expressão
que recentemente se tornou uma noção
importante para a psicanálise da orientação
lacaniana. O que escapa está na serie do
trauma e do acontecimento de corpo,
está fora do campo do Outro. Somente
no horizonte esvaecido do simbólico isso
que escapa pode ser vislumbrado como
disforme. Ele é completamente único. Por
isso a prática da psicanálise é uma prática do
caso único, pois se orienta pelo que escapa
de cada ser falante. Será possível dizer sobre
o que escapa? Uma coisa é certa, bem-ditos
aqueles que o conseguem. Freud não hesitou
em elucubrar sobre o que escapa, e uma de
suas elucubrações pode ser encontrada neste
volume de
Arteira
.
Temos a honra e a alegria de publicar
um texto inédito de Freud, traduzido
diretamente de um manuscrito em alemão
pelo psicanalista Emiliano Rossi. Trata-se de
um rascunho do décimo segundo ensaio dos
textos sobre a metapsicologia, intitulado por
Freud de
Übersicht der Übertraggsneurosen
,
“
Panorama das neuroses de transferência
”. O
rascunho apresenta hipóteses sobre as causas
distantes das neuroses, responsáveis pela
predisposição biológica nos indivíduos: o
suposto fator biológico sobre a
feminilidade
,
hipótese apresentada por Freud no último
parágrafo do texto “Análise terminável e
interminável”. Um texto imperdível!
Boa leitura!
Luis Francisco E. Camargo
Editor responsável