Comentários de citações sobre o silêncio

Comentário de uma referência em Lacan sobre o silêncio Luiza Sarno […] É o que a experiência nos ensina a qualificar de agressividade, e que nos levou cada vez mais a levar em consideração o que podemos chamar de anseio de morte. […] o que motiva a anulação, o isolamento, todas as defesas – e, muito primordialmente nos obsessivos graves, aquele silêncio, frequentemente muito prolongado, que às vezes vocês têm a maior dificuldade do mundo para vencer no correr de uma análise.[1] Do dizer a Um dizer Importante convocação do Conselho: falar do silêncio. Esse tema perpassa o processo analítico, sendo o horror de quem começa uma análise: “Se o analista não disser nada?”. Entretanto, é em torno desse nada que muitas coisas podem ser elaboradas. Acolher o silêncio e buscar apreender o que dele pode ser tomado como um dizer, não vai sem o desejo do analista. O silêncio da Escola, assim como o silêncio inerente ao gozo, vai mobilizar o discurso do analista, tendo no seu horizonte a perspectiva da assunção desse ponto de impossibilidade como desejo. Diferente do discurso universitário, que visa transmitir um saber, calando o que não se inscreve na lógica denominada científica, a Escola Una visa preservar o lugar do impossível de se dizer. Esse ponto de silêncio da Escola se refere ao eixo em torno do qual os analistas exercem sua práxis: um não-saber inerente ao discurso que visa ao modo de gozar, Um a Um, do falasser. Entretanto, esse ponto de impossibilidade pode se apresentar como um silêncio sintomático na Escola, paralisando, impondo uma resistência que leva à acomodação, uma defesa do inesperado, enfim, um não saber lidar com as diferenças por buscar O dizer, no lugar de Um dizer. Frente aos impasses da Escola, Miller refere à importância de interpretá-la analiticamente,

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XV Congresso de Membros – Modalidades do silêncio. Entre o dizer e o calar – Silêncio, inibição e Escola

Renata Martinez Quando fui convidada pelo Conselho a colocar em palavras algo sobre essa tríade, me pus a pensar qual recorte me interessaria fazer e qual recorte poderia servir à Escola. Outro pensamento do qual me ocupei foi o formato. Como falar para um podcast na EBP? Hoje em dia, os podcasts estão na moda, mas ainda não em nossa comunidade. Nós, analistas, estamos acostumados a escrever trabalhos e apresentá-los em eventos, sejam pequenos, como as noites das Seções ou as Jornadas, sejam um pouco maiores, como os Encontros e os Congressos. Mas, a partir desse convite, vamos arriscar por aqui também, já sabendo que vai ser difícil fugir do texto escrito. “Modalidades do silêncio. Entre o dizer e o calar” é o título do nosso Congresso de Membros! Escolhi, então, deter-me sobre o calar, localizando aí sua vertente de inibição. Tomarei, assim, o silêncio pelo viés do calar: negativo ou falta de palavras faladas ou escritas e não o seu mais além. Acompanhei o Blog do Passe que nos chegou pelos e-mails do Conselho, e, por algumas vezes, a convocação “fala EBP!” ao final dos editoriais me chamou a atenção. Algumas poucas respostas, a escanção temporal e uma troca epistolar não pareceram fazer corpo ao que seria uma Conversação ou à enunciação supostamente desejada e explícita no chamado. Este é apenas um exemplo. Certamente, poderia localizar outros silêncios na Escola, mas fiquemos com este, por ser um dos mais recentes. Daí me perguntei: seria o silêncio na EBP, o silêncio de muitos de seus membros, eu incluída, sinal de uma inibição? Quando pensamos em inibição, a primeira referência é sempre o texto de Freud, “Inibição, sintoma e angústia”. Ali, logo no primeiro capítulo, ele diz que “a inibição tem uma relação especial com a função e não significa necessariamente

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HAZUM 3 – Postcast e texto – “Ela não pia”, “nem uma palavra!”

Fernanda Costa Uma Rainha que não dá um pio,[1] um ministro que se cala,[2] um detetive blasé que “também não pia para ninguém.”[3]. Três personagens de “A carta roubada”, de Edgar Allan Poe, com características e personalidades diferentes, mas que, na leitura de Lacan, ao deterem a carta/letra, sofrem o mesmo efeito de feminização. Ou seja, “revestem-se dos atributos da mulher e da sombra… propícios ao ato de esconder”[4]. O que, no circuito da fala, se traduz como um calar. Esse é meu ponto de partida para algumas notas sobre o feminino e o silêncio a convite do Conselho, ao qual agradeço, com a intenção de nos prepararmos para o XV Congresso de Membros da EBP: “Modalidades do silêncio: entre o dizer e o calar”. Tal como comenta Laurent, em “A carta roubada e o voo sobre a letra”, o efeito de feminização na década de 1950 apresenta uma versão lacaniana do feminino ainda bem freudiana e baseada na busca ativa por fins passivos, cujo paradigma é a mascarada fálica.[5] Os atributos da mulher são estabelecidos a partir de sua posição em relação ao falo e sua castração. Não dar um pio, calar-se, trata-se de um menos de palavras, uma ausência da fala. Em psicanálise, isso poderia ser entendido como silêncio? A meu ver, foi mais adiante, na década de 1970, ainda em torno de “A carta roubada”, que surgiram elementos cruciais para essa discussão. E, embora no Seminário 18, De um discurso que não fosse semblante, Lacan continuasse sustentando que em suas elaborações sobre a carta/letra ele referia-se ao falo, nesse momento de seu ensino, o falo não se define mais pela sua capacidade de significantizacão (pelo menos não prioritariamente), mas é antes um semblante que coordena algo do gozo. Algo, mas não tudo! Algo é intangível ao falo.

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Silêncio e angústia no tratamento analítico[1]

Gustavo Oliveira Menezes[2] Podemos dizer que há distintos silêncios e que, dentre estes, há silêncios que angustiam, enquanto outros sinalizam a angústia. Para cada ser falante, é preciso verificar de qual se trata. Silêncio infamiliar Já em Freud, silêncio e angústia aparecem juntos. Se o infamiliar é o que “suscita angústia e terror”[3] e está ligado ao retorno do recalcado, para Freud, o silêncio, ao lado da solidão e da escuridão, sinaliza “o papel do perigo da emergência do infamiliar”[4] estando ligado “à angústia infantil, que não desaparece por completo na maioria das pessoas”[5]. Através do conto de Hoffmann, Freud vincula o terror de ser privado dos olhos à angústia de castração, seja esta exercida pelo Homem da Areia ou pelo Pai. No Seminário 10, A angústia, Lacan dirá que o infamiliar “é aquilo que aparece no lugar em que deveria estar o menos-phi”[6], ou seja, quando falta a função da falta e retorna, de maneira inesperada, na dimensão mais familiar. Se para Freud, diante do sinal da angústia, o Eu deve operar na via do recalque para se defender de um perigo interno e da exigência pulsional do Isso, Lacan faz desta o sinal de uma presença excessiva do que ele chamou de objeto a e que se apresenta como o que não pode ser dito. Há algo no Outro que não é significante, e a angústia, único afeto que não engana, é um dos caminhos de que Lacan se utiliza para apreender o real e o objeto em sua dimensão de resto, de gozo impossível de negativizar. Mas é a partir do seu último ensino que Lacan proporá uma distinção radical entre o real e o objeto a: este se encontra no caminho do simbólico para o real, mostrando assim sua verdadeira natureza de semblante. É no gozo

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Modalidades do silêncio – entre o dizer e o calar

Eixo: silêncio e sintoma Maria Teresa Wendhausen[1] O eixo que me foi proposto pelo Conselho da EBP, “Silêncio e sintoma”, me remeteu à questão da transferência de trabalho na medida em que ela se pauta por um desejo de saber, ou seja, aquele que remete cada um à sua solidão subjetiva. “A Escola é uma soma de solidões subjetivas”[2], nos diz Miller. No curso El banquete de los analistas, Miller propõe: “o que guiou Lacan na fundação de sua Escola foi a tese da transferência de trabalho, que é uma tese que concerne à psicanálise […] ao seu ensino, mais precisamente, concerne à transmissão do ensino da psicanálise”[3]. Destaco os significantes silêncio e ensino. Que relação há entre eles? Podemos dizer que o silêncio é condição para o ensino, ou melhor, como coloca Lacan, “a verdade pode não convencer, o saber passa em ato”[4]. Mas, de que silêncio se trata aí e por que ele é condição para o ensino? O silêncio está referido aqui ao silêncio da estrutura, como nos esclarece Irene Kuperwajs, “se trata do silêncio que habita a linguagem e do qual se marca a estrutura mesma enquanto mostra o impossível de dizer”[5]. Remete, portanto, cada um ao exílio da relação sexual; à sua solidão, ao um só, sem o Outro; a um vazio. Penso que se trata do vazio que pode fazer ressoar. Nestes termos, o silêncio é condizente com o dizer, com o ato, ato de ensinar. Aqui me pergunto: como conceber o sintoma dentro desta perspectiva desenvolvida? O ensino não vai sem o sintoma de cada um, ou, nas palavras de Elisa Alvarenga, “Lacan sempre retornou a essa questão do ensino da psicanálise e formulou, mais tarde, que o psicanalista ensina em posição analisante. Isso equivale a dizer, a meu ver, que o ensino

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Silêncio e angústia

Susane Zanotti Gostaria de agradecer ao Conselho da EBP o convite para falar sobre o silêncio e a angústia, relativo ao tema do Congresso de membros “Modalidades do silêncio: entre o dizer e o calar”. Vou abordar a questão do silêncio articulada à angústia a partir de três aspectos: no lugar do silêncio, a fala; o silêncio remete ao gozo; silêncio e ato. No lugar do silêncio, a fala Freud, em “O infamiliar”, nomeia o silêncio, ao lado da solidão e da escuridão, como um dos fatores ligados à angústia infantil, que não desaparece por completo na maioria das pessoas.[1] Essa ligação entre silêncio e angústia é explicitada por Freud em “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade” a partir do célebre diálogo entre um garoto de três anos, com medo do escuro, e sua tia. O garoto pede que a tia fale com ele, ao que ela responde: “De que adianta? Você não está me vendo”. E ele localiza o que está em questão: “Não importa, quando alguém fala, fica claro”[2]. Trata-se da pessoa amada, capaz de iluminar a escuridão e incidir sobre a angústia. Assim, isolamos o silêncio e o efeito da presença da fala no apaziguamento da angústia. O silêncio remete ao gozo Lacan, no Seminário 10, A angústia, ao mencionar o caso freudiano sobre o Homem dos Ratos, em seu destaque ao gozo, diz: “[…] Freud chama, em outro lugar, de horror ao gozo, ignorado pelo Homem dos Ratos, um gozo que ultrapassa qualquer referenciamento possível do sujeito […]”[3]. Ao contar a Freud sobre o suplício do rato, ele apresenta dificuldade em continuar e interrompe a descrição da cena, do castigo. É notável o modo como a satisfação, como gozo, coloca em cena o corpo do Homem dos Ratos, gerando angústia. Angústia que emerge entre o

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Comentário sobre o silêncio e o sintoma a pedido do Conselho da EBP

Cristiano Alves Pimenta[1] Meu nome é Cristiano Alves Pimenta, sou membro da EBP – Seção Leste-Oeste e gostaria de agradecer ao convite do Conselho da EBP para falar sobre “o silêncio e o sintoma”. Gostaria de articular, inicialmente, certa modalidade do silêncio sob a forma do “calar”. Miller se refere, em seu curso Todo el mundo es loco, ao pequeno texto que Lacan escreveu a seu convite para a universidade sobre o ensino da psicanálise.[2] Lacan inicia dizendo que “há quatro discursos, cada um se crê a verdade”[3]. Gostaria de partir da análise de Miller para dela extrair algumas conclusões. Dizer que cada discurso se crê a verdade implica afirmar que um discurso é sempre uma forma de dominação na medida em que cada discurso organiza um mundo, impondo o seu próprio critério do verdadeiro. Vale dizer que, se há dominação, haverá necessariamente a mordaça, a imposição de um “calar”. Ou seja, na medida em que um discurso prevalece, os demais se calam, são silenciados. Quando a histérica assume o poder por meio do S barrado ($), vindo a ocupar o lugar de agente, o Mestre é subjugado e se coloca ao trabalho. E vice-versa: lá onde o Mestre reina no lugar de agente, é a histérica que é amordaçada. Mas o discurso do analista faz exceção aí porque, diz Lacan, esse discurso “exclui a dominação”[4]. Quando o objeto a está no lugar do agente, o que decorre daí não é a organização de um mundo, mas, ao contrário, é um mundo que se desfaz, uma vez que este mundo é abalado pelas desidentificações que são produzidas. Sob essa perspectiva da dominação dos discursos, podemos dizer que o discurso analítico é um “dar voz”, é um fazer falar ao que não pode ser dito em nenhum mundo. Dito em outros

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Podcast – Silêncio: inibição e sintoma

Mônica Hage[1] Silêncio: inibição e sintoma. Esse foi o recorte proposto pelo Conselho da EBP para irmos aquecendo as discussões do próximo Congresso de membros, cujo tema é “Modalidades do silêncio: entre o dizer e o calar”. A fala, a partir de Lacan, é a experiência da falta-a-ser. Embora Lacan afirme que só existe ser pelo fato de falar, a fala permite pôr em cena que o ser é apenas semblante. Experiência forte de divisão, equivoca, embaraça. De maneira poética, Miller a denominou de “máquina de se perder”[2]; ela perturba, mostra sempre um erro de cálculo em algum lugar. Diz-se mais do que se quer, diz-se menos do que se quer, diz-se outra coisa, diz-se algo parecido, diz-se o contrário. Então, diante de toda essa perturbação, silet! Terceira pessoa do verbo silere, do latim, significa “atividade de permanecer silencioso”[3]. O silêncio, portanto, é o medo de se perder. Esse medo é o que faz a fala não alçar seu voo e o silêncio sobrevir. Como esse medo opera? Produzindo uma inibição? Um sintoma? Vejamos. Na sua última volta ao tema da angústia – assim entendo o que chamei de “medo de se perder” –, Freud a articula à inibição e ao sintoma.[4] Toma ali a inibição como a defesa mais eficaz contra a angústia. Seria uma forma encontrada pelo eu para evitar um conflito com o supereu e com o isso. A expressão de uma restrição de uma função. O sintoma, por sua vez, já seria um tipo de resposta à angústia. O eu opera um recalque que tem como resultado a formação do sintoma. Enquanto a inibição impede o surgimento da angústia, o sintoma seria uma resposta a isso que surge. Será que podemos considerar algumas inibições como sintomas? Desde Freud – e vemos isso em algumas de suas análises

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Referências Bibliográficas

Referências em Freud FREUD, Sigmund. Primeira lição. In: Edição standard das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1910/1970. v. 11, p.18. FREUD, Sigmund. Segunda lição. In: Edição standard das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1910/1970. v. 11, p.26. FREUD, Sigmund. A interpretação dos sonhos, parte 1. In: Edição standard das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1900/1972. v. 4, p.20, 69 e 137. FREUD, Sigmund. A interpretação dos sonhos, parte 2. In: Edição standard das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1911/1972. v. 5, p.385. FREUD, Sigmund. Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. In: Edição standard das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1905/1972. v. 7, p.202. FREUD, Sigmund. Fragmentos da análise de um caso de histeria. In: Edição standard das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1905/1972. v. 7, p.75. FREUD, Sigmund. A história do movimento psicanalítico. In: Edição standard das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1914/1974. v. 14, p.32, 46 e 47. FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização. In: Edição standard das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1929-1930/1974. v. 21, p.141. FREUD, Sigmund. O esboço da psicanálise. In: Edição standard das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1938-1940/1975. v. 23, p.175. FREUD, Sigmund. Conferência IX. In: Edição standard das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1915-1916/1976. v. 15, p.167. FREUD, Sigmund. Conferência XII. In: Edição standard das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1915-1916/1976. v. 15, p.234. FREUD, Sigmund. Conferência XVII. In: Edição standard das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1916-1917/1976. v. 16, p.313 a

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Comentário sobre Le sexe des modernes (parte I) de Éric Marty

Luis Francisco Camargo O livro de Éric Marty tem sido considerado um marco epistemológico nos “estudos de gênero”. Em uma entrevista de Éric Marty com Marc Weitzmann (jornalista e escritor) para a Rádio France Culture (2021), o livro foi qualificado como a primeira investigação filosófica sobre a origem dos estudos de gênero e suas consequências atuais. O qualificativo “primeira” indica um pioneirismo, pois jamais os gender studies na França haviam sido investigados em bases epistemológicas. Do mesmo modo que Weitzmann e Miller (2021) perceberam as consequências do trabalho de Marty, considero o livro um clarão epistêmico sobre os “estudos de gênero”, revelando os seus limites, principalmente do projeto de Judith Butler. As elucidações de Éric Marty na primeira parte do livro, onde encontramos uma dura crítica à obra de Butler, são decorrentes de um corte epistemológico realizado entre os fundamentos do pensamento de Butler e a teoria francesa na tradição que remonta Bachelard, Canguilhem, Althusser, Foucault e Lacan. Esse corte epistêmico fundamenta a tese de que “o gênero é a última mensagem ideológica do ocidente enviada para o resto do mundo”. Marty acrescenta: “ao definir o gênero como a última mensagem ideológica do ocidente, nós marcamos sobre a linha pontilhada um qualificativo, pois contrariamente às grandes invenções teóricas precedentes, que foram muito europeias, o gênero é certamente uma invenção americana atestando simultaneamente a hibridização entre as culturas e os pensamentos globalizados, bem como a característica nacionalista dos discursos que são veiculados por eles”. Particularmente, fiquei muito satisfeito em ler o trabalho de Marty. Em 2018, ministrei uma disciplina na universidade visando investigar as abordagens dos estudos de gênero sobre a psicanálise. Na ocasião, meu objetivo era mapear a origem do termo gênero, chegando aos trabalhos de Robert Stoller e à nova abordagem proposta pelos estudos feministas de Gayle Rubin, no

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