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Entrevários nº15
Questão de Instituto
Sobachamada“QuestãodeInstituto”
vocês poderão acompanhar, no corpo
desta
Entrevários Nº15
, a elaboração
sustentada de uma prática que não
se furta ao questionamento. Um
ponto de amarração possível ao que
aqui nos é apresentado, refere-se
justamente à elaboração do ensino
e da transmissão da psicanálise no
campo dos Institutos do Campo
Freudiano, no que tange à sua ética,
ao seu posicionamento diante do
modo de apreensão do saber e da
verdade no contemporâneo, e por
que não dizer, do seu futuro. Tal
elaboração pode ser acompanhada
em diferentes recortes realizados
pelos autores, nos quais a lógica da
psicanálise em intensão, articulada
ao discurso analítico, se põe em
tensão com o ensino da psicanálise
não desvinculado da ex- periência
analítica.
Trata-se do ensino de uma práxis?
De uma práxis que produz saber? O
ponto primordial, se tomado como a
manutenção da tensão que há entre
a intensão e a extensão, permite que
o trabalho de ensino e transmissão
possa ir além de uma formação
discursiva, como indica Heloisa
Caldas. Eladiscute a viadapsicanálise
como forma de engendrar uma
abordagem do contemporâneo para
além de uma amarração discursiva,
não negligenciando o real em jogo
nas relações humanas. Heloisa nos
fala desse para além do discurso ao
abordar o que a psicanálise pode
aportar à discussão sobre a violência
à mulher, sendo justamente uma
via que permite um acesso ao
violento do gozo feminino para
além de representações, permitindo
um saber fazer que inclui um real
intransmissível.
Luis Francisco Camargo aborda
a disjunção entre saber e verdade
localizando o impossível de ensinar.
Contudo, se o que interessa à
psicanálise é a meia verdade ali
apontada, somente na tentativa
de uma produção de saber é que
essa meia verdade, necessária ao
sujeito, pode ser tocada. Ensino e
política estão atrelados a partir desse
impossível.
Com a clínica, a política da
psicanálise em ato é discutida nos
diferentes casos clínicos, atendidos
na clínica do CLIN-a. O vivo ali
se apresenta fazendo avançar um
desejo de saber marcado pelo real
que se coloca em cada caso. Assim,
os textos de Silvia Jacobo com
comentários de Gustavo Menezes, os
textos de Fernanda Turbat, Mirmila
Musse, e do núcleo CIRANDA-SP
vão tecendo questionamentos que
os trabalhos seguintes tocam.
Maria Cecília Galletti Ferretti
e Patrícia Badari apontam para
um saber fazer com o instituto
justamente a partir do que a clínica
ensina. Patrícia nos alerta para o
tempo do “Outro que não existe” e
o imperativo de gozo marcando as
relações e o ensino na vertente de
suposição de saber, o que se rearticula
à ideia de um ensino próximo do
matema, retomada por Cecília, não
sem uma abertura ao real de um
turbilhão que se apresenta.
As experiências nos núcleos do
CLIN-a em Ribeirão Preto, relatadas
por Diva Rubim Parentoni, dão
testemunho da busca por uma
articulação entre esses dois pontos,
a intensão e a extensão, o suposto
e o exposto. E por fim, Eliana
Figueiredo nos diz da singularidade,
discutindo a supervisão na formação
analítica, em que o que se apresenta
é da ordem do analítico e não do
acúmulo teórico que garantiria uma
prática, efeito de supervisão, efeito
subjetivo.
Convido-os à leitura!
Editorial por Paola Salinas
ENTREVÁRIOS: Revista de Psicanálise: Questão de
Instituto. São Paulo: Clin-a, n. 15, abr. 2015.