Referências Eixo 2: O analista frente ao discurso de ódio segregador e a nova lógica coletiva – terceira entrega
Colaboradores: Lídia Pessoa, Paulo Carvalho
LACAN
- “No desatino de nosso gozo, só há o Outro para situá-lo, mas na medida em que separados dele”
LACAN, J. (1972-2003) Televisão. Em: Outros escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar editor: 533.
MILLER
- “El término extimidad se construye sobre intimidad. No es su contrario, porque lo éxtimo es precisamente lo íntimo, incluso lo más íntimo- puesto que intimus ya es em latín um superlativo -. Esta palabra indica, sin embargo, que lo más íntimo está em el exterior, que és como um cuerpo estraño.
MILLER, Jacques-Alain. El objeto en el Outro. In: Extimidad. Buenos Aires: Paidós, 2020: 14.
- ”En el ódio al Outro que se conoce a través del racismo es seguro que hay algo más que la agresividad. Hay uma consistência de esta agressividade que merece el nombre de ódio y que apunta a leal em el Outro”
MILLER, Jacques-Alain. El objeto en el Outro. In: Extimidad. Buenos Aires: Paidós, 2020: 53.
- “É preciso ver bem o resultado que Lacan aponta quanto à intenção daqueles que só são sensíveis à vocação de universalidade da ciência e que às vezes torcem o nariz para algumas de suas consequências econômicas e até mesmo culturais. Uma coisa vai, aliás, junto com a outra. É impressionante essa cegueira que não quer ver em que o discurso da ciência e a segregação cultural fazem sistema.”
MILLER, J. Racismo e extimidade. Derivas Analíticas, n. 4. Belo Horizonte: EBPMG, 2016. Disponível em: <http://revistaderivasanaliticas.com.br/index.php/accordion-a-2/o-entredois-ou-o-espaco-do-sujeito>.
- “Não basta questionar o ódio do Outro, pois isso colocaria justamente a questão de saber por que esse Outro é Outro. No ódio do Outro há, certamente, algo mais do que a agressividade. Há uma constante dessa agressividade, que merece o nome de ódio, e que visa o real no Outro. O que faz com que esse Outro seja Outro para que se possa odiá-lo, para que se possa odiá-lo em seu ser? Pois bem, é o ódio do gozo do Outro. É exatamente essa a forma mais geral que se pode dar a esse racismo moderno tal como o verificamos. É o ódio da maneira particular segundo a qual o Outro goza.”
MILLER, J. Racismo e extimidade. Derivas Analíticas, n. 4. Belo Horizonte: EBPMG, 2016. Disponível em: <http://revistaderivasanaliticas.com.br/index.php/accordion-a-2/o-entredois-ou-o-espaco-do-sujeito>.
- “As cenas de decapitação dissipadas pelo Estado Islâmico através do mundo todo, que lhes valeram milhares de recrutas, e o entusiasmo em relação a essas cenas não realizam uma nova aliança entre a identificação e a pulsão, especialmente – não se trata, nesse caso, de sublimação – a pulsão agressiva?”
MILLER, J-A. Em direção à adolescência. In: Opção Lacaniana, n. 72. São Paulo: Eolia, 2016.
AUTORES DO CAMPO FREUDIANO
- (…) “o racismo parece ser um fator agravante no preconceito contra a mulher, mas não constitui sua raiz primordial. Ao contrário, o racismo e o sexismo são formas de segregação que derivam da operação de diferença sexual que, com Lacan chamamos de sexuação….”
CALDAS, Heloisa. Segregação, sexismo e racismo. Em: ALEPH, Revista da Delegação Paraná da EBP, V. 05, p. 19-29, 2017: 2.
- “Devemos situar então, em segundo lugar, a segregação como discurso do vínculo social. Trata-se aqui de identificar o outro, a Outra raça, porém também o Outro de cada sujeito, do psicótico, do louco, também da criança, com o gozo segregado estruturalmente. É o estrangeiro, o bárbaro, que encarna, para cada um, um gozo estranho, segregado, alheio.”
BASSOLS, Miquel. O bárbaro, transtornos de linguagem e segregação. In: Opção Lacaniana online nova série. Ano 9. Nº 25 e 26. março/julho 2018: 5