Referências Eixo 1: A “família holófrase”: a crise como seu fundamento – segunda entrega
Colaboradores: Edgley Duarte e Erick Leonardo
FREUD
- “Os pais constituem para a criança pequena a autoridade única e a fonte de todos os conhecimentos. O desejo mais intenso e mais importante da criança nesses primeiros anos é igualar-se aos pais (isto é, ao progenitor do mesmo sexo), e ser grande como seu pai e sua mãe”.
FREUD, Sigmund. (1909) . Romances Familiares. Obras completas, v. IX. Rio de Janeiro: Imago, 1996. - “Do ideal do Eu sai um importante caminho para o entendimento da psicologia da massa. Além do seu lado individual, ele tem o social, é também o ideal comum de uma família, uma classe, uma” nação.
FREUD, Sigmund. (1914) Introdução ao Narcisismo. Obras Completas, v. XII. São Paulo: Companhia das Letras. 2010. p. 34. - “É o que demanda nossa expectativa; julgamos bem mais repulsiva a falta de amor entre pais e filhos que entre irmãos. É como se, no primeiro caso, sacralizássemos uma coisa que, no segundo, deixamos”. que seja profana.
FREUD, Sigmund. (1916-1917) Traços arcaicos e infantilismo dos sonhos In: Conferências introdutórias à psicanálise. São Paulo: Companhia das Letras. 2010. p.224.
LACAN
- “Do ponto de vista do filho, a realidade da família se restabelece. Aquilo com que nós, analistas, lidamos, é a relação da criança com os pais.”
LACAN, Jacques. (1954-1955) O seminário, livro 2: O eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise. Texto estabelecido por Jacques Alain-Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985. p.59. - “Numerosíssimas crianças produzem fantasia de ter uma outra família, de ser filho de outras pessoas que não aquelas que tomam conta delas. Diria que é uma fase típica, normal, do desenvolvimento da criança, que gera todo tipo de rebento na experiência, e que não é possível negligenciar nem mesmo fora da experiência analítica.”
LACAN, Jaques. (1954-1955) O seminário, livro 2: O eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise. Texto estabelecido por Jacques Alain-Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985. p.60.
- “Se Freud insistiu a tal ponto no complexo de Édipo, que chegou até a construir uma sociologia de totens e tabus, é aparentemente porque para ele a Lei está ali ab origine. Não se trata por conseguinte de se colocar a questão das origens – a Lei está justamente ali desde o início, desde sempre, e a sexualidade humana deve se realizar por meio e através dela. Essa Lei fundamental é simplesmente uma Lei de simbolização. É o que o Édipo quer dizer. (p.100)
LACAN, Jacques. (1955-1956) O seminário, livro 3: As psicoses. Texto estabelecido por Jacques Alain-Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988. - Para a mulher, a realização de seu sexo não se faz no complexo de Édipo de uma forma simétrica à do homem, não pela identificação com a mãe, mas ao contrário pela identificação com o objeto paterno, o que lhe destina um desvio suplementar. (p.197)
LACAN (1955-1956) O seminário, livro 3: As psicoses Texto estabelecido por Jacques Alain-Miller. . Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988. - “São os acasos que nos fazem ir a torto e a direito, e dos quais fazemos nosso destino, pois somos nós que o trançamos como tal. Fazemos assim nosso destino porque falamos. Achamos que dizemos o que queremos, mas é o que quiseram os outros, mais particularmente nossa família, que nos fala” (p. 158).
LACAN, Jaques. ((1975-1976). O Seminário, livro 23: O sinthoma. Texto estabelecido por Jacques Alain-Miller. Rio de Janeiro: Zahar, 1975-1976/2007.
MILLER
- “Se puede observar la lucidez de Lacan cuando destaca que la familia conyugal tiene una función de residuo en la evolución de las sociedades, y que ella se mantendrá precisamente porque se encuentra en el estado de residuo, en el estado de pequeño objeto a. Lo que vivimos hoy día lo confirma” (p. 1).
MILLER, Jacques-Alain. El revés de la familia. Revista Consecuencias, 2012.
AUTORES DO CAMPO FREUDIANO
- “Digamos então que é neste Outro campo do gozo, mais além ou mais aquém do falo, onde reside o segredo de toda família, seu principal assunto, esteja ele mais ou menos organizado pelas leis clássicas do parentesco. É o segredo do casal seja homossexual ou heterossexual em sua forma manifesta, monoparental ou não, mas velando sempre o Héteros do gozo feminino” (p. 6).
BASSOLS, Miquel. Famulus. Revista Lacan XXI, v. 2., 2016.
- […] “cada ser falante é servo do segredo do gozo familiar – por fim, estranhamente familiar –, o que uma análise ajuda a decifrar” (p. 6).
BASSOLS, Miquel. Famulus. Revista Lacan XXI, v. 2., 2016.