Editorial #07

 

 

Caros leitores do DR,

 

2013 chega ao fim. Um ano de trabalho intenso da Escola Brasileira de Psicanálise que fez sua vitalidade ressoar por toda a AMP. Nossos AEs, Ram Mandil, Marcus André e Jésus Santiago testemunharam nos dois continentes suas experiências e, sobretudo, a aposta no passe como diferencial de nossa Escola. Junto com o reconhecimento vem a responsabilidade. A EBP hoje é vista como uma Escola inovadora, tradução de um savoir y faire com o choque da tradição psicanalítica e a velocidade das transformações contemporâneas.

 

Nosso boletim DR espera ter contribuído para o recenseamento das ações lacanianas no Brasil e no exterior.

 

Seria exaustivo repertoriar a quantidade de ações que hoje despontam sob a inspiração da EBP. O número de pessoas que se encontram em torno de nossos significantes aponta para um continente que não mais conhece seus limites precisos. Transcendemos a EBP de um grupo fundador e que se conhecia pessoalmente, hoje é cada vez mais difícil dimensionar a extensão de nossa comunidade.

 

O Boletim DR de novembro ultrapassou 84 mil acessos na nossa página do Facebook. Quem é essa comunidade que nos lê? Esse número nos faz repensar o papel atual das listas da AMP. A comunidade atingida pelas listas tradicionais pode calcular o público alcançado, ela conhece seus destinatários. O mundo das redes acelera, contudo, uma trama aleatória cujo impacto é muito mais complexo. Como evitar a dispersão? Estará a EBP protegida de agir contra o discurso psicanalítico apoiando-se apenas em seus estatutos, que em breve farão vinte anos? Não podemos fazer mais do que apostar. Apostar nas futuras gerações de psicanalistas, apostar na formação, na integração das Escolas, nos instrumentos forjados por Lacan para subverter o saber do mestre e propor uma nova relação com o saber, o cartel e o passe e, fundamentalmente, apostar na consolidação da orientação lacaniana que nos convida Jacques-Alain Miller.

 

Acabamos de chegar de uma longa semana em que o Brasil demonstrou estar preparado para os próximos desafios. O Seminário haun foi um marco na Buenos Aires Lacaniana. A procura por inscrições superou nossa expectativa e nos obrigou a abrir cem vagas além do previsto. Os trabalhos individuais e coletivos foram muito bem recebidos. Estávamos, os brasileiros, em casa.

 

Não podemos deixar de agradecer aos nossos colegas da EOL, que nos receberam muito bem e nos apoiaram de modo incondicional. Ainda dois dias após o ENAPOL, Jorge Forbes abria o prestigioso congresso de psicologia da UBA. Enfim, o ano de 2013 nos trouxe muito a comemorar. Agradecemos igualmente à Elisa Alvarenga, Presidente da FAPOL, que soube atentamente conduzir a integração entre os países da América Latina e construir a lógica que levou à escolha de São Paulo para ser a próxima sede do ENAPOL. A "São Paulo lacaniana" com certeza vai agitar a cena paulista e de toda a AMP. Bom trabalho aos nossos colegas da Seção São Paulo.

 

E 2014? Que encontros nos esperam? Em abril teremos o Congresso de Paris, é fundamental se inscrever o quanto antes, já que desde novembro as inscrições estão abertas a todos e não apenas aos membros da AMP. Não deixem de fazer suas inscrições no site.

 

Nosso colega Rômulo Silva está, a partir desse mês, encarregado junto às Seções e Delegações de incrementar os debates e impulsionar as inscrições. E em novembro de 2014 já temos nosso próximo encontro. O XX Encontro Brasileiro do Campo Freudiano será na cidade de Belo Horizonte, nos dias 22 e 23 com o tema: O Trauma nos corpos, a violência nas cidades. Apresentamos o cartaz:

 

Para finalizar, desejamos a todos um excelente 2014. O DR voltará no início de março. Até lá!

 

Maria Josefina Sota Fuentes
Glacy Gorski
Marcelo Veras