I COLÓQUIO DO OBSERVATÓRIO LACANIANO DA EBP
ARGUMENTO DO I COLÓQUIO DO OBSERVATÓRIO LACANIANO DA EBP: "DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS À PSICANÁLISE"
Uma nova série de Colóquios na EBP se relança, e é uma honra sermos acolhidos pela EBP-SC. O tema abordado apresenta o resultado daquilo de que se incumbiu o Observatório Lacaniano da EBP, constituído no ano de 20121, com o objetivo de observar e tratar as questões relativas à quantificação de analistas, na era do Mestre Contemporâneo, trabalho esse realizado junto à Diretoria e Conselho da EBP.
A preocupação da Escola, juntando-se a outras instituições psicanalíticas, desde o ano 2000 – quando foi criada a Articulação das Entidades Psicanalíticas Brasileiras – está voltada para as questões ligadas à preservação da psicanálise no Brasil, fora do domínio político-religioso que busca, vez por outra, a regulamentação da psicanálise. Com tal regulamentação, os candidatos seriam formados em série (dois mil por biênio), com uma carga horária determinada para análise, supervisão e estudos teóricos, além da inscrição no Conselho Federal de Medicina.
Diante desse quadro preocupante, a função do Observatório foi participar dos temas de cada evento da EBP, colocando à prova aquilo que toca, especialmente, à advertência de Lacan quanto ao triunfo da religião. A partir daí, interrogamos as conseqüências, produto da proliferação da apropriação de conceitos psicanalíticos por parte de alguns grupos de religiosos. Por outro lado, interrogamos também a questão de ser a psicanálise, visada em projetos de lei elaborados por deputados evangélicos.
Enfim, qual é o tipo de cenário que se apresenta entre a religião, a política brasileira e a psicanálise, com suas respectivas cortinas e expectadores? Em que consistiria o dever ético de se sustentar a voz, no tom singular de um laço libidinal inerente à escolha de cada um pela psicanálise, nessa tendência contemporânea ao anonimato pelas cifras? Inegavelmente, isso nos conduz a um desafio, para que ousemos barrar a insistente modalidade dessa tentativa de assassinato da psicanálise por uma crença, por um sentido, por um mercado, por um domínio, por uma lei insensata, enfim, pelos psicanalistas de papel. Essa aposta será lançada no campo de uma diversidade. Vejam a programação para sentirem como esse evento é imperdível!
Samyra Assad
(Coordenadora do I Colóquio do Observatório Lacaniano da EBP)
1 Por: Cássia Rumenos Guardado (EBP-SP), Iordan Gurgel (EBP-BA), Jorge Pimenta (EBP-MG), José Carlos Lapenda (EBP-PE), Oscar Reymundo (EBP-SC), Romildo do Rego Barros (EBP-RJ) e Samyra Assad (coord.).
PROGRAMAÇÃO:
SÁBADO (23/08/2014)
14:30 – Abertura: Samyra Assad
14:50 – Apresentação do vídeo Estado Laico?
Estado Laico? from Coletivo Muruá on Vimeo.
15:00 às 17:00 – Mesa 1: As leis e o fundamentalismo religioso
- Jeanine Nicolazzi Phillippi (Professora do Curso de Direito da UFSC)
- Clara Becker (Jornalista)
- Maurício Lessa (representante da Escola Letra Freudiana -RJ, na Articulação das Entidades Psicanalíticas Brasileiras)
Animadores do debate: Iordan Gurgel (EBP-BA) e Romildo do Rêgo Barros (EBP-RJ)
17:00 às 18:30 – Mesa 2: Quais leis e crenças para a psicanálise?
A crença no Sujeito Suposto Saber e o "pas de d(i)eux" Sérgio de Campos (EBP-MG)
A que real responde a transferência na Religião e na Psicanálise? Romildo do Rêgo Barros (EBP-RJ)
O supereu sob medida: as formas religiosas centradas no múltiplo Marcelo Veras (Diretor Geral da EBP)
Animadores do debate: Oscar Reymundo (EBP-SC) e Luiz Fernando Carrijo da Cunha (Presidente da EBP)