Entrevista com Éric Laurent para o livro "A violência: sintoma social da época.

Ondina Machado

 

Desde o projeto inicial do livro "A violência: sintoma social da época", Cristina Drummond, Ernesto Derezensky e eu tínhamos a ambição de contar com a participação de Laurent. Esperamos até o último minuto por sua resposta ao nosso convite. A gentil negativa chegou. O livro estava pronto, mas não sem ele. Compreensível excesso de trabalho em um ano consagrado às batalhas sobre o autismo. A última esperança foi lançada por e-mail: uma entrevista, talvez? Estávamos às vésperas do XIX Encontro Brasileiro em Salvador no qual muitas tarefas o aguardavam: Seminário, lançamento do seu livro "A psicanálise e a escolha das mulheres", participação nas reuniões do CIEN, da Nova Rede CEREDA e comentando os casos da Conversação sobre o autismo. Ele deve ter pensado: "é, parece que brasileiro nunca desiste mesmo".


Cansado, certamente, recebeu-nos na manhã seguinte ao encerramento do Encontro, disposto a dividir suas reflexões sobre o tema da violência. A entrevista foi transcrita em tempo recorde por Paola Salinas, traduzida, revisada em ambas as línguas e, já passado o tempo regulamentar, foi para a editora Scriptum onde o Silvano arrancava os cabelos.  Ritmo Campo Freudiano. Não tinha sentido que o registro em vídeo ficasse arquivado no meu computador. Seu lugar era o site da EBP. A oportunidade do próximo Encontro Brasileiro sobre Trauma e violência criou o momento de seu lançamento. Com ele as inflexões, a escolha das palavras, a busca do bem dizer sobre um tema tão espinhoso podem ser compartilhadas.