Acontece #011
Junho 2014
EDITORIAL
Ruskaya Maia
Nada de festas juninas ou Copa do Mundo!
O que você encontrará nessa seção do DR de junho dá testemunho do incansável trabalho da EBP! Jornadas, cursos e seminários se multiplicam com discussões sobre depoimentos de passes, traumas, violências e corpos. Confiram o que acontece no Brasil de Orientação Lacaniana de norte a sul!
SEÇÃO BAHIA:
As atividades do Seminário de Formação Permanente – “O real em perspectiva” - serão iniciadas nesse mês de Junho no dia 04 com a coordenação de Analícea Calmon e a apresentação de Reinaldo Pamponet que tecerá algumas elaborações acerca do Seminário de Jacques-Alain Miller “O ultimíssimo Lacan”.
No dia 11 de Junho, as atividades desse Seminário serão finalizadas antes da pausa para a copa, com a mesa “Psicanálise e discurso Jurídico” que fará uma discussão preparatória para nosso encontro “Trauma nos corpos, violência nas cidades”. Nesse dia, Lucy de Castro coordenará o debate que será realizado por Maurício Freire e Wilker França.
SEÇÃO MINAS GERAIS
Neste mês, na Seção Minas, ocorrerão, no âmbito do Instituto de Psicanálise e Saúde Mental, duas Apresentações de Pacientes: A primeira, no dia 03, no Serviço de Saúde Mental da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte), às 9:00 no Auditório do CERSAMI – R. Caramugi, n. 10, Bairro Padre Eustáquio. A segunda, dia 06, no Hospital das Clínicas da UFMG (HC) – Atividade em parceria com o NIAB – Núcleo de Investigação emAnorexia e Bulimia – às 16:30, na Faculdade de Medicina da UFMG (sala a ser definida). E, finalizando o Curso de Orientação Lacaniana, no dia 05 haverá a última atividade sob a responsabilidade de Jésus Santiago, Ram Mandil e Sérgio Laia.
SEÇÃO RIO DE JANEIRO
Em Junho, o Seminário de Orientação Lacaniana, coordenado por Romildo do Rêgo Barros, baseará sua discussão em torno de uma frase decisiva que está na página 107 do curso de Jacques-Alain Miller El Ultimísimo Lacan, publicado pela Paidós: "Em lugar do Outro, há um princípio de identidade totalmente distinto, o corpo. Não o corpo do Outro, mas, como se costuma dizer, o próprio corpo". O Seminário Clínico, coordenado por Maria do Rosário do Rêgo Barros e Maria Silvia G. F. Hanna, contará com uma apresentação de Ondina Machado e com o debate realizado por Ângela Bernardes. Nas Lições do Passe, coordenadas por Marcus André Vieira, continuaremos buscando extrair consequências do testemunho de Marina Recalde, realizado no último encontro. Elza Lisboa de Freitas coordenará a atividade Procura-se cartel. E, ao final deste mês, Ana Tereza de Faria Groisman e Maricia Ciscato coordenarão o "Lançamento das XXIII Jornadas Clínicas da EBP-Rio e do ICP-RJ", que oficializará o início das preparações para o evento que irá ocorrer nos dias 17 e 18 de outubro, "O Trauma e suas vicissitudes".
SEÇÃO SANTA CATARINA
No mês de junho, na Seção Santa Catarina da EBP, daremos continuidade à Orientação Lacaniana, onde o tema da IX Jornada, psicanálise, crenças, leis, está sendo trabalhado. A leitura de Totem e Tabu segue coordenada por Silvia Espósito e Luis Francisco Camargo. No dia 03 de junho, teremos dentro da atividade Conferências Introdutórias à Psicanálise, Oscar Reymundo, apresentando o tema da agressividade e no dia 17 Silvia Espósito falará sobre o inconsciente, a política e a biopolítica. Na atividade Psicanálise vai ao cinema, coordenada por Patrícia Boeing, teremos a exibição do filme A Origem no dia 20.
Deixamos o convite para acessar o blog da IX Jornada da EBP-SC que acontecerá nos dias 22 e 23 de agosto, e que abrigará o I Colóquio do Observatório Lacaniano da EBP.
Em www.psicanalisecrencasleis.wordpress.com está disponível uma série de informações sobre a Jornada e o Colóquio.
Visitem-nos!
SEÇÃO PERNAMBUCO
Terça-feira 03/06, na atividade: Conversando com os cartéis sobre o Amor. Teremos a participação de Lúcia Albuquerque falando sobre o amor nas psicoses.
SEÇÃO SÃO PAULO:
ATIVIDADES DA DIRETORIA E CONSELHO DA SEÇÃO SP
4/6 – No Seminário do Conselho acontecerá a terceira reunião das Notícias de Paris - a Escola hoje - o Passe, que será apresentada por Maria Cecília Galletti Ferretti e coordenada por Luiz Fernando Carrijo da Cunha, na sede da Seção São Paulo.
7/6 – Teremos uma Atividade da Diretoria voltada ao Ensino do Passe, com a presença de Graciela Brodsky e Jésus Santiago, dois AE da Escola Una, durante toda a manhã de sábado, no salão de conferências, à rua Cardoso de Almeida, 60 – Perdizes, São Paulo/SP.
11/6 - a Diretoria da EBP-SP falará sobre as Jornadas de 2014, apresentando o tema e o convidado especial, Vicente Palomera, AME da Escola Lacaniana de Psicanálise (ELP) e da AMP.
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Em 31 de maio último, de 13h30 as 18h30, a CLIPP realizou mais uma Jornada de Monografias do Curso de Psicanálise. Nesta oportunidade foram apresentados e discutidos trabalhos de alunos concluintes do Curso. Na abertura das atividades, a diretora geral da CLIPP, Carmen Silvia Cervelatti, discorreu sobre o tema “Os Institutos visitam”. Comentando os trabalhos contamos com a participação de Maria Bernadette Soares de Sant'Ana Pitteri, Sandra Grostein, Niraldo de Oliveira Santos e Daniela de Camargo Barros Affonso.
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Expandindo seu horizonte, a CLIPP estabeleceu uma parceria de apoio a alguns cursos realizados na Faculdade de Educação da USP.
De 15/04 a 10/06, Leny Magalhães Mrech, profa. Livre Docente da FE/USP, psicanalista membro da EBP/AMP e associada da CLIPP, coordena o curso - O autismo na sociedade contemporânea.
Local: FEUSP - Prédio de Aulas - 2º andar - sala 107, das 12h00 as 14h00, quinzenalmente.
Desde 06/05, Maria Bernadette S. de S. Pitteri, psicanalista membro da EBP/AMP e associada da CLIPP, coordena o curso – Metáfora paterna e sua incidência na civilização.
Local: FEUSP - Prédio de Aulas - 2º andar - sala 107, das 10h00 às 12h00, quinzenalmente.
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Em 16/06 encerraremos o semestre do Curso de Psicanálise – Os casos clínicos de Freud e o ensino de Lacan.
O segundo semestre de 2014 será dedicado à unidade: O homem dos ratos e o TOC, sob coordenação de Daniela de Camargo Barros Affonso e Kátia Ribeiro.
Clin-a - Centro Lacaniano de Investigação da Ansiedade
O CLIN-a já se encontra com as inscrições abertas para as conferências das atividades de ensino e pesquisa de 2014.
Em 23/08/2014 receberá Marie-Hélène Blancard com o tema: A Histérica, a recusa do corpo e o gozo da privação.
Em 01/11/2014 receberá Yves Claude Stavy co o tema: O Racismo e os gozos.
Acompanhe pelo site: http://www.clin-a.com.br/
Comentário do Sábado no IPLA
Um novo amor – invenção e laço social
24 de maio de 2014
Como quem ouve uma sinfonia, além do medo, o novo amor.
Claudia Riolfi
Amor que não pede retribuição. Amor que não é determinado por religião alguma. Amor sem intermediação, sem explicação. Amor em curto-circuito, que se afirma por si mesmo. Amor que sobrevive no desejo decidido dos parceiros. Amor que pode organizar o sanatório geral de nosso laço social. Amor que pode oferecer um sentido ao sentido, oferecendo para cada um de nós, uma razão pela qual valeria a pena morrer e um motivo para levantar da cama todas as manhãs. Amor que busca meios de conciliar o companheirismo com o erotismo. Amor que é o terreno propício para o florescimento da esquisitice singular de quem é amado. Amor que une, na diferença, o que faz de cada um dos parceiros incomparável e insubstituível aos olhos do amante. Amor que vivifica os corpos, convidando-os ao gozo. Amor que suporta o silêncio do indizível.
Uma nova forma de amar, que se apresenta como algo que uma análise possibilita sustentar. O famoso “novo amor”. Ancorando-se no mesmo ponto que reduz o excesso de satisfação errática, ele disponibiliza a satisfação para o falasser. Com cinco aulas (ministradas por Jorge Forbes, Alain Mouzat, Claudia Riolfi, Dorothee Rüdiger e Liége Lise), a edição de 24 de maio dos Sábados no IPLA do Instituto da Psicanálise Lacaniana – IPLA tratando da temática do “novo amor” atraiu colegas de todo Brasil interessados em aprofundar a discussão a respeito de um modo de relação (na clínica e na vida) que, por definição, é uma expressão da ética da consequência.
A aula inaugural foi de Jorge Forbes, para quem o novo amor é, por excelência, o tratamento da pós-modernidade. Lendo ocorrências recentes (os linchamentos, as manifestações, as greves de ônibus), Forbes trouxe, da psicanálise, da filosofia e da literatura referências clássicas e novíssimas para sustentar sua tese. Não poderia ter sido mais claro. Você pode escolher outro tipo de laço se quiser, propôs, respeitando as diferenças. Mas, na clínica, isso equivaleria a dar o remédio errado ao seu filho doente. Você pensa que está o tratando e o quadro só piora, alertou, responsavelmente. E já que era para falar de amor, terminou em clima de poesia. Tirou do fundo do bolso do colete um dos versos de “Eu e a brisa” (Johnny Alf, 1967), brindando os presentes com um voto alvissareiro: Que o inesperado faça uma surpresa. Era um modo poético de descrever a interpretação analítica, que desacomoda. Interpretação que vivifica os corpos, convidando-os ao gozo. Interpretação que suporta o silêncio do indizível.
DELEGAÇÃO ESPÍRITO SANTO:
Palestra “AUTISMO E PSICANÁLISE”, em Vitória, no dia 24/05/2014, com Cristina Vidigal (Membro da EBP/AMP) e Coordenação de Bartyra Ribeiro de Castro (Membro da EBP/AMP e integrante do Núcleo Referência – Projeto PIPA e RABIOLA).
Falando para um público composto, em sua maioria, por jovens estudantes e também por psicanalistas, profissionais da saúde e da educação; Cristina Vidigal transmitiu com muita habilidade a especificidade da direção do tratamento psicanalítico de orientação lacaniana.
A partir de alguns recortes de um caso clínico, conduzido por mais de 15 anos, Cristina Vidigal demonstrou que é possível operar do lugar de analista para dar dignidade e construir um pouco de subjetividade para um ser falante que lhe foi apresentado como alguém sem recursos subjetivos – um ser mais falado do que falante.
Extrair de um balbucio a possibilidade de incluir esse sujeito no discurso do Outro demonstra a presença do desejo do analista em sua determinação de não recuar frente ao impossível de dizer. Na sequencia, Cristina aponta que a operação analítica não se reduz a uma experiência onde o analista funciona no lugar do Outro (A). Abre-se então uma série onde os objetos corporais (fezes, olhar,...) são oferecidos e o desejo do analista os extrai remetendo-os à lógica da significação fantasmática.
As coisas caminham com alguma dificuldade, mas caminham. De modo que a analista, sempre atenta e persistente, é convocada a intervir e intervém diante de novos impasses que surgem. Ela intervém, por exemplo, quando observa que alguém empanturra a paciente com a papinha engordante.
A rigor, podemos concluir dizendo que Cristina Vidigal conseguiu com a oferta criar uma demanda ali onde um sujeito era falado como se fosse o objeto. A partir daí, outras conquistas foram construídas a partir da análise.
Por: Renato Carlos Vieira
Em Vitória (ES), 26/05/2014.
DELEGAÇÃO GERAL GOIÁS/ DISTRITO FEDERAL:
O Seminário de Orientação Lacaniana se iniciará no dia 04 de junho, às 19:30h, na sede da Delegação Geral GO/DF. A transmissão ficou a cargo de um cartel que é composto por: Giovana B. B. Heinemann (mais-um), Ana Paula F. Rezende, Rosangela Ribeiro, Ruskaya Maia, Valdeilma Mª Moraes. No 1º encontro será comentado o verbete "Acontecimento de corpo" do Scilicet "Um real para o século XXI".
Neste mês de Junho a Delegação Geral GO/DF dá continuidade à proposta de trabalhos preparatórios para nossa VII Jornada cujo tema é "Quando a fala cala a bala fala - o que a psicanálise diz sobre a violência?". É um tema que vem alinhar-se ao XX Encontro do Campo Freudiano - "Trauma nos Corpos e Violência nas Cidades" - que acontecerá no mês de Novembro em Belo Horizonte.
A primeira atividade preparatória para a Jornada está sob responsabilidade de Denizye Zacarias. O evento da Seção Clínica será no dia 11 de junho às 19hs na PUC – Goiânia. Na ocasião será exibido o filme Laranja Mecânica e terá como debatedores Cristiano Pimenta e Denizye. A atividade é gratuita e aberta ao público.
No dia 14 de junho está confirmado mais uma atividade preparatória para a VII Jornada. O Núcleo de Pesquisas Psicanálise e Arte realizará o evento às 9hs no auditório da Faculdade Alfa – Unidade Bueno – Goiânia-GO. A atividade é gratuita e aberta ao público.
DELEGAÇÃO GERAL MARANHÃO
A Delegação Geral Maranhão, em junho, sob a coordenação de Eduardo Riaviz prosseguirá com o curso "Percurso de Lacan – Uma Introdução", realizado todos os sábados na UNDB, às 9h30, sala 401. Este módulo abordará "As leis da linguagem". O Núcleo "Cultura e Psicanálise" que reúne estudantes da UFMA e outros interessados pelo tema, terá seu encontro em junho na sede da Delegação Geral do Maranhão sob a responsabilidade de Thaïs Moraes Correia. Toda sexta-feira a partir das 17h45 até as 20h45, na sede da Delegação Geral Maranhão, Eduardo Riaviz realizará duas atividades: Curso de Introdução a Freud e Ateliê de Leitura "Variantes Clínicas do ensino de Lacan", respectivamente. Carmen Damous coordenará o Ateliê de Leitura "Psicanálise com criança", na UNDB, às 11h, os encontros estão previstos para os dias 7 e 21 de junho. A Orientação Lacaniana vai acontecer no dia 21, Tereza Braúna vai coordenar o encontro, abordando o tema sobre o trauma na psicanálise. Ernesto Mandelli realizará a atividade "Psicanálise e Psicossomática", aos sábado à tarde, na DG Maranhão. E por fim, a Seção Clínica terá seu encontro marcado na tarde do último sábado na sede da DG.
DELEGAÇÃO GERAL NO MATO GROSSO DO SUL/ MATO GROSSO:
Acontece no dia 19 de junho, às 9 horas a Oficina de Estudos de Psicanálise, em Rondonópolis . Nesse travelling entre psicanálise e cinema, será debatido o filme Shame de Steve McQueen pela psicanalista Sueli Ignoti e a psicóloga Karoline Rochelle Lacerda.
DELEGAÇÃO GERAL NA PARAÍBA:
No dia 11 de junho de 2014 os membros da Delegação Paraíba darão inicio às preliminares ao Seminário de Marina Recalde que virá à Paraíba nos 12 e 13 de setembro. O Texto indicado para este primeiro encontro é “O Trauma, generalizado e singular” de Eric Laurent, que se encontra no Boletim esseOesse (Preparatório ao XX EBCF- Belo Horizonte- 23 e 24 de novembro 2014). O local deste encontro é na sede da Delegação, av. Nossa Senhora dos Navegantes, 415/208 – Tambaú, às 20 h.
Curso Fundamentos do ensino de Lacan
Iniciado no mês de abril, o curso visa, a partir de seu primeiro módulo, investigar os conceitos fundamentais da psicanálise tomado do pensamento freudiano. Em junho serão ministradas mais duas aulas no dia 14 de junho.
Os casos clássicos freudianos II
GlacyGorski e Margarida Assad
Homem dos Lobos– GlacyGorski(manhã)
Querela do diagnóstico
Lógica classificatória e o que a excede
Questionamento do modelo edípico
Direção do tratamento e manejo da transferência: a estratégia de Freud
O caso do Homem dos Lobos e o real da clínica: Releitura com Lacan
Homem dos Lobos: nomeação estabilizadora
Bibliografia recomendada
FREUD, S.(1918 [1914]) História de uma neurose infantil. Rio de Janeiro: Imago,1975. P. 13-151. (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Freud, vol.XVII)
MILLER, J.- A. O Homem dos Lobos. (1ª. parte) Opção Lacaniana,Revista Brasileira Internacional de Psicanálise, São Paulo: edit. Eólia. 56/57, p. 9-65, julho de 2009.
MILLER, J. - A. o Homem dos Lobos (2ª. parte) Opção Lacaniana, Revista Brasileira Internacional de Psicanálise, São Paulo: edit. Eólia. 59, p. 9-64, março de 2011.
O caso Schereber– Margarida Assad (tarde)
O mecanismo de defesa na psicose.
Verwerfung freudiana.
O sentido e a significação.
O enigma nas psicoses.
A causalidade psíquica.
Delírios e alucinações.
Bibliografia recomendada:
Freud, S. Vol XIX A perda da realidade na neurose e na psicose (1924)
Freud, S. Vol XII O Caso de Schreber.
Lauren, E. El sentimiento delirante de la vida. Coleccion Diva. CapTres Enigmas: El sentido, lasignificación, elgoce.
DELEGAÇÃO PARANÁ
Ecos de um encontro
Resenha da participação de Fernanda Otoni e Rômulo da Silva na Delegação Paraná.
Marcia M. Stival Onyszkiewic
No dia 31/05, houve o lançamento do quarto volume da revista ALEPH, que tem como título " A violência e a agitação dos corpos", bem como o início das atividades preparatórias para o Encontro Brasileiro do Campo Freudiano, na Delegação Paraná. Para tanto, contamos com a presença de Fernanda Otoni Brisset e Rômulo Ferreira da Silva, numa instigante conversação acerca da violência e os corpos.
Destacando as afinidades entre o tema do próximo Encontro Brasileiro e a abordagem da ALEPH, volume 4, Fernanda iniciou um percurso trazendo à tona a distinção entre agressividade e violência. Deste modo, marcou a diferença entre o que se refere ao campo especular, que comporta a presença do outro, daquilo que se inscreve como manifestação que ultrapassa os limites da linguagem e aponta a "brutalidade opaca da vida". Fazendo menção à atualidade, onde reinam os discursos da ciência e do capitalismo, Fernanda ressaltou as concepções e tratamentos dados à violência, à medida que se considera os contextos social e o analítico. Assim, apostando na presença do analista e no amor de transferência, a psicanálise traz a oferta para que o sujeito fale, a fim de instaurar um desejo que não seja anônimo.
Frente a tais colocações, Rômulo teceu alguns comentários e ressaltou questões precisas. Salientou duas citações, perguntando se haveria distinção entre uma e outra, quanto ao conceito de violência. Uma citação, de Elisa Alvarenga, que propõe " pensar a violência como manifestação de gozo que ultrapassa os limites da linguagem" e a outra, de Lacan, diz que " onde a fala se demite começa o âmbito da violência". Haveria distinção entre uma forma e outra de abordar a violência? Comentou ainda que tudo virou "bullyng"; a "demissão do pai e dominação da mãe" inviabiliza as brincadeiras, a ponto de destacá-las como formas de violência! Onde fica o humor, hoje? Retomando sua caminhada como AE, Rômulo faz um pequeno depoimento, a partir do que Fernanda desenvolve em seu texto sobre o " troumatisme" como efeito da ferocidade do significante que faz furo no real. A partir de seu sinthoma,apresenta um fragmento que testemunha a relação entre violência e trauma, para perguntar-se: " de que se trata este novo amor?"
Ao retomar, Fernanda destacou a violência como manifestação da pulsão de morte, desde sempre lá, borbulhante, e que encontra tratamento nas trilhas da linguagem. Lembrou que o caldo pode entornar, sair dos trilhos, quando " não há mais um significante para fritar", servindo-se de um outra referência em Lacan.
Encontrar a satisfação ao falar, na análise, pode vir a produzir amarrações inéditas, uma nova forma de viver a pulsão, abrir porosidades num tempo tão marcado pela inserção dos "direitos humanos", dos rótulos e dos mecanismos de controle.
Desta conversação, já surgem as ressonâncias que também ecoam e colocam a trabalho. Portanto, nosso agradecimento pelas valiosas contribuições de Fernanda e Rômulo.