Zaina Mª Gama Pereira

Recebi um convite da colega Cassandra Dias, diretora da Biblioteca da Seção Nordeste, para que eu fizesse uma homenagem à amiga psicanalista Rosane da Fonte. Esta convocação foi de pronto atendida e desde então, faço um resgate ao meu longo convívio com ela, perpassado por afeto, admiração, confiança e leveza. Nunca esqueço de suas palavras, quando entre tantas outras dizia que eu tenho luz própria. Muito amorosa essa amiga!

Tive o privilégio de conviver com Rosane antes da fundação da Escola em outra instituição psicanalítica, além do mais, comunguei do seu afeto junto aos seus familiares. Com minha entrada na EBP, nossos laços se estreitaram quando a escolhi como supervisora. Sua seriedade, postura ética, seus ensinamentos, sua escuta atenta aos casos apresentados, sua generosidade, eram marcas muito presentes.

Sua imersão no universo psicanalítico foi pautada por intenso amor à causa e seu desejo decidido no exercício profissional.

A clínica da atualidade frente ao gozo cujo simbólico é capenga, tendo a linguagem comprometida sem um significante que dê conta do sujeito, traz muitos impasses ao manejo terapêutico.  Diante disto, Rosane repetia com toque de leveza e humor: “Dificuldade para todos”.

Sou muito grata a participação dela no tripé da minha formação.

Rosane da Fonte não foi apenas uma psicanalista na Escola. Ela marcava uma presença com elegância e sorriso acolhedor a todos que frequentavam a Seção. Além disso, sempre disponível às pessoas que a procuravam, seja por questões teóricas ou mesmo pessoais, seu entusiasmo era tamanho que parecia incansável.

A falta que Rosane faz e fará na Escola Brasileira de Psicanálise, hoje, Seção Nordeste, será imensa. Estamos todos enlutados!

Saber da homenagem que o Boletim Litorâneo presta a essa colega tão especial me deixou muito feliz. Fazer parte deste tributo com minha escrita apazigua meu luto.