O estilo que faz Escola Késia Ramos (EBP/AMP) Esses tais artefatos que diriam minhas angústias,…
Eixos Temáticos 1 – Família holófrase: a crise como seu fundamento
Mª Cristina Maia (EBP/AMP)
Susane Zanotti (EBP/AMP)
Da prática clínica, constatamos a inconsistência da família pós-moderna quanto ao simbólico[i]. Quais os efeitos das mutações do gozo e dos laços sociais na família? E o analista diante dessas modificações?
As formulações de Daniel Roy acerca do binômio ‘pais exasperados-crianças terríveis’, indicam uma direção: “Descompactar a ‘família holófrase’, de certa forma, sem uma grade de avaliação, nem modelo ideal”[ii]. O sintagma proposto por Laurent[iii] ao afirmar que “a família moderna é uma holófrase”, enfatiza a especificidade da holófrase no ensino de Lacan. Tomada da linguística em sua função de exprimir uma frase inteira por uma só palavra ou palavra-frase, Lacan remete a holófrase à psicose, para afirmar a função do Um ‘sozinho’. Laurent[iv] destaca que a holófrase tem outras virtudes: nos permite ver a condensação de funções complexas em um único elemento que pode parecer simples.
O que testemunhamos sobre as modificações nas famílias? Das holófrases contemporâneas, destacamos ser mãe e querer um filho[v]. Como evidencia Roy, em sua leitura da ‘agitação do real’ na pós-modernidade; a crise se encontra no próprio fundamento da família. A crise é o que funda a família em função da evaporação do pai. Nesse contexto, as contribuições clínicas são essenciais à interpretação do tema.
Convidamos cada um, a extrair consequências ‘do analista em tempos de evaporação do pai’, a partir da complexidade das famílias holofrásicas, e enviar seus trabalhos. O que pode o analista em um espaço tão denso que só mostra a opacidade do S1? Quais as dimensões da interpretação relacionadas à parentalidade, ao trabalho do psicanalista em instituições, à clínica da filiação, à procriação medicalmente assistida e às novas consequências dos avanços das biotecnologias? Vamos lá!!!