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Diretoria de Cartéis e Intercâmbio

Claudia Formiga – Diretora de Cartéis e Intercâmbio

Acomodava-me ainda ao significante Membro da EBP, que assinala pra mim um novo momento em minha transferência à Escola, quando na EBP estava em curso a criação das novas seções. Logo em seguida, as alterações e mudanças em nossa prática, trazidas pela pandemia de Covid 19. Enquanto tivemos de nos virar com o inesperado de um a-mais imposto pela pandemia, o desafio de me inserir no movimento da Seção em manter vivo o trabalho de Escola, me trouxe também a satisfação da descoberta de fazeres inéditos. É nesse contexto de dificuldades e também de convite à invenção, que o significante “nova geografia” circunscreve pra nós certa expansão de horizontes nesse trabalho, ponto de recomeço.

Recomeço, (des)continuidades, um novo tempo/lugar? O trabalho desta diretoria de Cartéis e Intercâmbios toma como ponto de partida buscar fortalecer o cartel como órgão de base da Escola, tal como Lacan o definiu, como lugar para as elaborações e por onde circulam as questões que a vivificam. Seguiremos o que vinha sendo o trabalho de acompanhamento aos cartéis, o registro das declarações e dissoluções, buscando favorecer também a criação de espaços para a transmissão e a publicação dos seus produtos. Um trabalho que segue e que se ilumina, aqui e ali em momentos de parada –  noites de cartéis, jornadas, oficinas, conversações – onde terão lugar a troca de experiências, a exposição a céu aberto de seus produtos, o estudo aprofundado e a reflexão sobre o lugar do cartel na Escola, com base nas questões que hoje animam o Campo Freudiano.

Acrescentemos um passo a mais, ao explorar uma vereda ainda pouco visitada nesse trabalho: as ações de intercâmbio, lugar da interconexão e do saber de outras disciplinas sobre as questões e perplexidades que agitam o nosso tempo. Que por essa vereda possamos desfrutar o frescor suscitado pelo encontro e pela abertura ao Outro, que percorrê-la nos permita aprimorar o seu significado e que, no melhor dos casos, possamos recolher daí efeitos de formação.

Um entusiasmo novo vem dando, pra mim, o tom do trabalho desta primeira diretoria da Seção Nordeste. Daquele esforço primeiro de composição de uma nova geografia,  avançamos para um mapa onde tem lugar a contribuição de cada um, em sua transferência de trabalho à Escola. Temos no norte dessa aposta a Escola como lugar de formação e de acolhida a sujeitos em sua solidão com a causa analítica. A esta, acrescento de meu, o riso e a alegria, que considero essenciais para resistirmos a tempos difíceis. Que sigamos na construção coletiva da nossa geografia, onde aportar as transferências, desejos e diferentes estilos, da terra firme aos litorais que nos atravessam.

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