O estilo que faz Escola Késia Ramos (EBP/AMP) Esses tais artefatos que diriam minhas angústias,…
Diretoria de Biblioteca
Cassandra Dias Farias – Diretora de Biblioteca
E eis que surge o Litorâneo.
Como veículo de comunicação e registro de um novo tempo, o boletim eletrônico da Seção Nordeste pretende trazer os ventos que sopram no Nordeste brasileiro para a comunidade de interesses que habita esse território, no país da psicanálise.
Um litoral, esse espaço que “serve de fronteira para o outro, por serem eles estrangeiros, a ponto de não serem recíprocos”?[1] É o que Lacan nos lança a partir do seu voo sobre as planícies siberianas na volta de sua viagem ao Japão. No ravinamento produzido pelos sulcos das águas na terra, algo se produz entre centro e ausência, saber e gozo, escrita e semblante,
E nos pergunta: “Será possível, do litoral, constituir um discurso tal que se caracterize por não ser emitido pelo semblante?”. [2]
O nosso Litorâneo surge dessa questão: do litoral ao sertão em uma terra banhada pelo sol, com sua diversidade de relevos, culturas e sintomas assumimos o desafio de constituir uma nova geografia lacaniana.
A aposta em que, através da escrita, do bem dizer, poderemos fazer surgir um litoral de contornos imprecisos, ao mesmo tempo em que constituímos esse território libidinal, campo transferencial dirigido à letra de Lacan, seu traço sinthomático em torno do qual traçamos um coletivo onde se possa estar ao abrigo dos processos segregativos da civilização, refletindo sobre eles.
A Diretoria de Biblioteca enquanto espaço que vela pela escrita, acervo, memória e registro do que poderá se depositar das marcas nesse litoral, se ocupará desse veículo, o Litorâneo, assim como de assegurar um local de interlocução para o diálogo com outros campos de saber em torno dessa relação privilegiada para o psicanalista, a escrita. A Biblioteca Viva pretende constituir-se como um organismo pulsante a ocupar um devido lugar no laço social enquanto fomentador do debate.