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Algumas palavras sobre minha amiga Rosane da Fonte.

Rosa Reis

Era um encontro quase que diário há mais ou menos 20 anos.

A frase chave, de um lado ou do outro, quando nos encontrávamos no corredor do consultório era: “vamos tomar um café”? A conversa então rolava, às vezes mais longa, outras mais curta, em muitos momentos interrompida, mas sempre variadíssima: casos clínicos, textos lidos, projetos para a Seção, projetos de viagens, assuntos particulares, família, moda etc.

Fomos grandes parceiras de viagens para congressos, Jornadas de trabalho e principalmente, viagens para Salvador, enquanto durou a análise de cada uma, com o mesmo analista. Conseguimos conviver em situações delicadas, como essa, durante anos a fio. Aqui só tenho a agradecer a queridíssima amiga, Rosane.

Rosane foi uma das amigas que me acolheu, depois de um longo período que passei fora, 12 anos longe do Recife. Apresentou-me à Delegação Pernambuco através de um convite para assistir a uma convidada espanhola que viria participar de uma “conversação”! O nome do evento me atraiu de imediato. Na época, o significante usado em psicanálise era novo, pelo menos, para mim. Foi, portanto, uma das principais portas da minha entrada para EBP/AMP, que devo à Rosane. O convite, o incentivo, o entusiasmo e a coragem, marcaram sua presença como contribuição à psicanálise.

A ela, também, devo dois apelidos com os quais me chamava: pesquisadora e Rosinha. O primeiro nasceu das perturbações que minha forma de trabalho lhe causava e levávamos na graça, na brincadeira… o segundo, considero como uma forma carinhosa que tinha de me tratar… que terminou por se espalhar em toda Seção Nordeste…

Amiga dadivosa, parceira entusiasmada, profissional ética, séria, correta e comprometida. Ao mesmo tempo, Rosane conseguia ser leve, delicada ao falar e até no andar. Alguém me disse uma vez que Rosane não andava, deslizava… motivo de risos entre nós.

“VAMOS TOMAR UM CAFÉ”, Foi seu o convite inusitado, em plena pandemia no final de janeiro de 2021. Passamos a tarde juntas, numa conversa saudosa de presenças, furando as normas estabelecidas na época.

Nossa frase chave terminou aí.

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