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Preparatórias I Jornada Seção Nordeste

Vânia Mª Gomes Ferreira

Participando de mais uma conversação preparatória para a primeira Jornada da Seção Nordeste, me deparei com questões suscitadas a partir do texto de Cristiane Alberti e comentadas pelas colegas Cleide Pereira e Eliane Baptista

O título do argumento de Alberti – A mulher não existe – reproduzindo uma máxima lacaniana, embora já bastante trabalhado por nós, não deixa de nos impactar.

O neo-feminismo contemporâneo, um dos eixos trazidos por Eliane, me faz pensar na imagem das mulheres afegãs apelando para existirem, expondo suas faltas para se situarem como sujeitos diante do extremismo falocêntrico. A mulher não existe, mas as mulheres existem… Como atualizar as fórmulas da sexuação, dando um valor atual, inclusive para não se limitar a um binarismo que impeça a inserção labiríntica das questões de gênero e seus desdobramentos?

Na discussão, em algum momento, apareceu a questão do amor. Se A mulher não existe, o amor existe. O amor existe enquanto resposta a essa falta do Outro SȺ. Pois é dirigindo-se para a falta que o sujeito consegue amar. O interessante é que na esfera da sexuação o SȺ está do lado feminino. Quem se dirige para o significante da falta do Outro é a mulher. Como então, faz o homem para amar? Que operação se fará necessário para o homem entrar no campo do amor?

Lembremos que o lado masculino, nas fórmulas, se dirige ao lado feminino, ou seja, vai ao encontro da mulher via objeto a, cujo modo de gozo se dá pelo fetichismo. Portanto, que caminhos fazem aqueles localizados no lado masculino para se inserir no campo do amor?

E ainda, sobre o amor de transferência, outro ponto tocado na conversação, fiquei com a seguinte questão: Um sujeito quando entra em análise, seja ele homem ou mulher, se instala necessariamente no lado feminino, uma vez que foi (pelo próprio dispositivo) acionado o afeto do amor? E como ocorreria essa passagem do todo fálico para o não- todo fálico?

Enfim, quais as consequências e desdobramentos do amor (e do amor de transferência), enquanto localizado no lado feminino nas fórmulas da sexuação? E que valor clínico teria o amor de transferência visto sob o prisma da álgebra da sexuação lacaniana?

Essas são perguntas que me provocam e que me fazem seguir acompanhando os estudos preparatórios para as nossas jornadas… Sigamos…

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