Em primeiro lugar, devo dizer que é muito pouca, porque só agora estou começando a trabalhar nessa modalidade.
A minha primeira impressão é de que o cartel é o dispositivo que menos sofre nesta forma de trabalho. Mas essa pode ser uma conclusão muito apressada.
Existe, sim, uma certa perda de espontaneidade. Num cartel, apesar de ser o dispositivo de base da escola, se produz geralmente uma afetuosa camaradagem, favorecida pelo fato de ser um pequeno grupo. Pela web é necessário pensar antes de falar, ativar o microfone, etc.
Ao falar em presença sempre se percebe os gestos, movimentos, aceitação ou surpresa do que está sendo dito. No cartel à distância os rostos visíveis ficam como fixados numa expressão neutra, o que produz certo e fugaz estranhamento. Infamiliar que dura décimos de segundos, desde a volátil sensação de que um quadro se mexe, ou que uma tela nos fala, até a tranquilidade de saber que é uma outra pessoa nos falando. Num encontro de seminários ou de núcleos, essa sensação se perde entre os muitos rostinhos esparramados no painel. Com um analisando essa sensação não existe porque sempre se sabe que é um sujeito quem está nos falando.
Em relação à transferência de trabalho, não percebi modificações. Os cartelisantes entusiasmados continuam com o mesmo entusiasmo. Os não completamente engajados perderam a possibilidade de acusar o tempo e a distância pelo não comparecimento.
Até o momento não consigo circunscrever alguma outra particularidade.
Falta tempo e experiência para poder falar mais.