A Escola Brasileira de Psicanálise – EBP, fundada em 30 de abril de 1995 pela Associação Mundial de Psicanálise – AMP, inscreve-se no movimento de reconquista do Campo Freudiano lançado por Jacques Lacan ao fundar sua Escola no dia 21 de junho de 1964. No momento da fundação da Escola, o dispositivo do cartel foi criado.

O cartel é um dispositivo de formação fundamental da Escola de Lacan e composto por três a cinco pessoas, sendo quatro a “justa medida”, e “mais-um” integrante.  Tem como objetivo estudar, pesquisar e investigar temas concernentes à psicanálise e conexões. Seus componentes se escolhem em torno de um tema de interesse comum, a partir do qual cada um recortará um aspecto delimitando uma questão própria. Podem participar de um cartel aqueles que praticam a psicanálise ou queiram estudá-la, membros e não membros de Escola.

Em sua constituição, há um tempo inicial para o detalhamento do tema e a escolha do mais-um. Este último será escolhido pelos cartelizantes e se integra ao cartel também com sua própria questão de estudo. O mais-um deve ter uma relação intrínseca com a Escola, tem a função específica de zelar pelo funcionamento do cartel de modo a evitar efeitos de grupo, favorecendo a investigação coletiva.

O tempo estimado de duração de um cartel é de um a dois anos, em seguida, deve ser dissolvido. Hoje temos também os cartéis fulgurantes, que são criados com um tempo menor do que o proposto por Lacan, são formados em torno de temas e atividades do Campo Freudiano como congressos, encontros, conversações, jornadas etc. Todos os cartéis podem ser declarados no site para que possamos tanto saber os temas que estão sendo estudados, como também utilizá-los para agregar nossa própria investigação.

É esperado de cada participante do cartel um produto final, individual, que poderá ser endereçado à Escola.