por Késia Ramos (EBP/AMP)
Coordenadora da Comissão de Infraestrutura

Recife, cidade de encontros entre o mar e o mangue, tradição e invenção, acolhe neste ano a V Jornada da Seção Nordeste. O próprio nome da cidade já anuncia sua geografia: “Recife” vem de “arrecife”, referência às formações de pedras e corais que se estendem pela costa, protegendo a orla e formando as piscinas naturais que encantam quem chega. Desde os primeiros registros coloniais, quando ainda era chamada de Ribeira de Mar dos Arrecifes, a capital pernambucana inscreve em sua designação a memória do mar e a força da história.

É nesse cenário que a V Jornada da Seção Nordeste se abre, colocando o Trauma no centro da clínica, sob a episteme da Orientação Lacaniana. A Escola Brasileira de Psicanálise – Escola do Campo Freudiano – Seção Nordeste estende sua circunscrição por um vasto território solar, que reúne Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Essa extensão territorial, múltipla em sotaques, cores, paisagens e modos de vida, dá corpo à presença viva da psicanálise no Nordeste. A cada Jornada, essa diversidade se reencontra em torno da formação e da transmissão, fazendo ressoar as singularidades de cada lugar em um trabalho comum.

O espaço da Jornada

O Encontro acontecerá no Marante Executive Hotel, em Boa Viagem, um dos cartões-postais mais conhecidos do Recife. Ali, a poucos passos do mar, a Jornada se inscreve em uma paisagem luminosa e vibrante, que se abre tanto ao acolhimento quanto à travessia.

Mapas de acolhida

Pensando na estadia de cada participante, a Comissão de Recepção preparou sugestões de hospedagem especialmente nos bairros Boa Viagem e Pina. Vale entrar no site e realizar a reserva antes que as vagas se esgotem. Esses bairros oferecem uma infraestrutura completa: restaurantes, cafés, mercados, feiras de artesanato e o calçadão à beira-mar, perfeito para uma caminhada ao entardecer. Hospedar-se aqui é também mergulhar no tempo da cidade, deixando-se atravessar pelo ritmo das ondas e pelo movimento do Recife.

Entre sabores e paisagens

Recife é também uma experiência gastronômica. Sua culinária atravessa territórios: os frutos do mar que chegam frescos ao prato, os temperos do sertão que viajam até a capital, as comidas de feira que guardam memórias coletivas e a cozinha contemporânea que reinventa tradições. Comer aqui é saborear histórias e sentir a cidade através dos sentidos.

Recife em movimento

Como nos ensinou Chico Science, poeta do manguebeat: “Um passo à frente e você não está mais no mesmo lugar.” Recife é uma cidade em permanente reinvenção. Suas pontes, calçadas e marés convidam ao deslocamento, ao olhar renovado e à escuta atenta. A partir de Boa Viagem, bairro que receberá a V Jornada, abre-se um caminho para explorar mercados, museus, centros culturais e os múltiplos territórios que fazem do Recife uma cidade de memória e invenção.

Uma cidade de vozes

Recife é terra de poetas e artistas: Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto, Miró da Muribeca, Capiba, Chico Science, Alceu Valença. É também cidade de artistas plásticos como Francisco Brennand e João Câmara, e de pensadores como Gilberto Freyre. Cada um, à sua maneira, fez da cidade poesia viva — seja no frevo, na lama do mangue, nas marés do Capibaribe ou nas ruas de pedras que guardam o eco do tempo. Como sintetizou Kleber Mendonça Filho, em seu olhar cinematográfico: “Recife é uma cidade que pulsa. Que respira. Que, em silêncio, conta histórias.”

Acolhimento e presença

Durante toda a V Jornada, a Comissão de Recepção estará presente para orientar, acompanhar e acolher, garantindo que cada participante encontre, em Recife, não apenas uma cidade, mas também um espaço de presença e de encontro.

Com alegria, esperamos vocês nos dias 05 e 06 de dezembro, quando o vasto território solar da Seção Nordeste se reunirá em Recife para a V Jornada, em torno do tema que nos convoca: Trauma.