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In Locu

10 de outubro de 20244 minute read
por Francisco Santos
FLICKR. MTur Destinos. Disponível em: https://www.flickr.com/photos/mturdestinos/27017821168/in/album-72157688930738460. Acesso em: 07 out. 2024.

A IV Jornada da Seção Nordeste será realizada no Hotel Nordeste Luxxor Tambaú, na famosa praia de mesmo nome.

Tambaú é praia, mas também é bairro. É bairro que foi à orla, ou orla que foi a bairro? É o misto mais evidente de orla e centro disponível na capital que se desenvolveu, do hoje denominado Centro Histórico, ao mar, em direção à vila de pescadores de Tambaú, a princípio chamada Santo Antônio, que já ganhava corpo mesmo antes de a antiga cidade chegar ao seu litoral, e aos poucos se “desenvolvendo” para abrigar as pessoas mais abastadas da crescente capital do estado, e que faziam uso somente no verão, pois era difícil se deslocar da cidade antiga até lá. Essa dificuldade foi superada ao se construir a “Estrada de Tambaú”, que viria a se tornar a principal avenida da cidade, hoje, Avenida Presidente Epitácio Pessoa.

Da gastronomia diurna à vida noturna, dos bares praianos ao Coco de Roda[1] que se expandiu pela cidade inteira, orla e bairro de Tambaú contam uma outra parte da história de João Pessoa, uma história marcada por profundas mudanças que constituíram a cara do conhecido bairro. Não se engane com os prédios de apartamentos, há muita história aqui; é para onde a cidade se esticou até alcançar o mar… ou foi o mar que avançou seu litoral até o humano chegar?

Além das histórias primevas, há as mais atuais, como o píer, ou o que foi o píer, esta tentativa humana do fim do século passado que adentrou o nosso século, mas para ruir no início deste, pois o mar leva, o litoral se molda e é moldado, posto que é mar e é terra, é borda que marca a cidade e que desenha seu mar. É o traço êxtimo que representa a eterna tentativa humana de fazer borda no inescrutável, pois assim também é o mar. Talvez, o fenômeno “praia” (os banhos, os esportes, as festas, as rodas) seja a melhor invenção sinthomática feita pelos falasseres caiçaras em seu território.

Aproveite a Jornada e aproveite a cidade: pegue a antiga “Estrada de Tambaú” e conheça os outros pontos sugeridos no In locu. Faça o caminho reverso e conheça mais da história de João Pessoa, volte e desfrute do passeio a Picãozinho, e tantos outros.

Uma vez em Tambaú, antes ou depois dos trabalhos da nossa Jornada, o visitante pode não somente entrar na água, mas um pouco mar adentro, um quilômetro e meio, e aportar, em dias de maré baixa, na formação de recifes que, por fazerem nessas épocas “picos”, foi batizada de Picãozinho, um dos passeios mais procurados daqui. Lá, o que está abaixo se torna visível, penetrável, quase à linha d’água. O que é oculto vem quase à tona, neste caso, em formas de recifes e peixes multicoloridos que, até então, estariam fora das vistas de quem visita as águas paraibanas.

Ainda dá tempo de garantir sua hospedagem com desconto especial para participantes da IV Jornada, acesse https://ebp.org.br/nordeste/jornadas/2024/a-jornada/acolhimento/

[1] Ritmo afro-brasileiro marcadamente nordestino, que conta com influências também indígenas, e que se fez muito presente a partir do século XVIII, ganhando diversificações e se espalhando por comunidades nos mais diversos territórios, ainda hoje presente em vários bairros de João Pessoa, representando não somente a força da cultura afro, mas enquanto movimento político negro.

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