Citações
Sigmund Freud
O mal-estar na civilização (1930) Obras Completas, v. XVIII: São Paulo: Companhia das Letras, 2014.
“Estou falando, claro, daquela orientação de vida que tem o amor como centro, que espera toda satisfação do amar e ser amado.” p.26.
“Afirmamos que a descoberta de que o amor sexual (genital) proporciona ao indivíduo as mais fortes vivências de satisfação, dá-lhe realmente o protótipo de toda felicidade, deve tê-lo feito 41/286 continuar a busca da satisfação vital no terreno das relações sexuais, colocando o erotismo genital no centro da vida.” p.41-42.
Feminilidade (1933). Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v.XXII. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
“O marido da mulher, inicialmente herdado, por ela, do pai, após algum tempo se torna também o herdeiro da mãe. Assim, facilmente pode acontecer que a segunda metade da vida da mulher venha a ser preenchida pela luta contra seu marido, do mesmo modo como a primeira metade, mais breve, fora preenchida pela rebelião contra a mãe. Quando essa reação foi esgotada no decurso da vida, um segundo casamento pode facilmente vir a ser muito mais satisfatório.” p.133.
Jacques Lacan
O Seminário, livro 10: a angústia. Jacques Lacan: texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.
“Só o amor permite ao gozo condescender ao desejo”. p.197.
“A mulher revela-se superior no campo do gozo, uma vez que seu vínculo com o nó do desejo é bem mais frouxo”. p.202.
O Seminário, livro 16: de um Outro ao outro. Jacques Lacan: texto estabelecido por Jacques-Alain Miller Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2008.
“Em todo caso, o amor cortês, ou pelo menos o que nos resta dele, é uma homenagem prestada pela poesia a seu princípio, isto é, ao desejo sexual. Em outras palavras, ainda que esteja dito no texto de Freud que, fora de técnicas especiais, o amor só é acessível sob a condição de sempre permanecer estritamente narcísico, o amor cortês é a tentativa de ultrapassar isso.” p. 225.
“Freud falou muito do amor, com a distância que convinha. Não é por isso ter subido à cabeça dos que o seguiram que não temos que recolocar as coisas no nível de que ele as fez partir. No nível do amor, ele distinguiu a relação analítica e a relação narcísica.” p. 293.
O Seminário, livro 17: O Avesso da Psicanálise. Jacques Lacan: texto estabelecido por Jacques-Alain Miller Rio de Janeiro: Zahar, 1992.
“O que é o amor à verdade? É uma coisa que zomba da falta a ser da verdade. Essa falta a ser, poderíamos chamá-la de outra maneira – uma falta de esquecimento, que se nos recorda nas formações do inconsciente.” p.49.
“O amor à verdade é o amor a essa fragilidade cujo véu nós levantamos, é o amor ao que a verdade esconde, e que se chama castração.” p.49.
“Como já disse, o amor é dar o que não se tem, ou seja, aquilo que poderia reparar essa fraqueza original.” p.49.
O Seminário, Livro 19:… ou pior. Jacques Lacan: texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2012.
“Do amor, fala-se na análise. Isso se deve, é claro, à posição do analista.” p. 19.
“Que da inconsistência dos antigos ditos do amor caiba à análise a tarefa de fazer a crítica, isso é o que resulta da própria ideia do in- consciente, no que ele se revela como saber.” p.233.
O Seminário: livro 20: Mais, ainda. Jacques Lacan: texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. 2ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar editor, 1985.
“O que vem em suplência à relação sexual, é precisamente o amor.” p. 62.
“Da primeira vez que lhes falei, enunciei que o gozo do Outro, que eu disse simbolizado pelo corpo, não é signo de amor”. p.54.
“É mesmo em relação ao para-esser que devemos articular o que vem em suplência à relação sexual enquanto inexistente. É claro que, em tudo que disto se aproxima, a linguagem só faz manifestar sua insuficiência”. p.62.
“Aliás, poderia tocar qualquer um, não é? ao perceber que o amor, se é verdade que ele tem relação com o Um, não faz ninguém sair de si mesmo”. […] todo mundo sente, sentiu, que o problema é de como é que pode haver um amor por outro”. p.65.
“Um sujeito, como tal, não tem grande coisa a fazer com o gozo. Mas, por outro lado, seu signo é susceptível de provocar o desejo. Aí está a mola do amor”. p.69.
“Fazer o amor, como o nome o indica, é poesia.” p.98.
“Dito de outro modo, o de que se trata é de o amor ser impossível, e a relação sexual se abismar no não-senso, o que não diminui em nada o interesse que devemos ter pelo Outro”. p.118.
O Seminário, Livro 23: O Sinthoma. Jacques Lacan: texto estabelecido por Jacques-Alain Miller.). Rio de Janeiro: Zahar, 2007.
“O amor-próprio é o princípio da imaginação. O falasser adora seu corpo, porque crê que o tem.” p.64.
“E por que não? É preciso efetivamente explicar o amor. Explicá-lo como um tipo de loucura é a primeira coisa que aparece.” p.72.
“Não é com isso que o homem faz amor. No final das contas, ele faz amor com seu inconsciente, e mais nada. Quanto ao que fantasia a mulher, se é mesmo isso que nos foi apresentado pelo filme, é alguma coisa que, de todo modo, impede o encontro.” p.123.
“O nó bo é apenas a tradução do que me foi lembrado ainda ontem à noite: que o amor e, ainda por cima, o amor que podemos qualificar de eterno, se endereça ao pai, em nome disso, de ele ser o portador da castração.” p. 146-147.
Outros Escritos. Jorge Zahar Ed., Rio de Janeiro, 2003.
O aturdito, 1972
“Dizer que uma mulher não é toda é o que nos indica o mito por ela ser a única a ser ultrapassada por seu gozo, o gozo que se produz pelo coito. p.467.
“É também por isso que é como única que ela quer ser reconhecida pela outra parte: isso é mais do que sabido”. p.467.
“Chamemos heterossexual, por definição, aquele que ama as mulheres, qualquer que seja seu sexo próprio”. p.467.
Jacques-Alain Miller
Entrevista realizada por Hanna Waar com Jacques- Alain Miller. Publicado em Correio com a autorização de Jacques- Alain Miller. Correio. Revista da Escola Brasileira de Psicanálise, n. 71. São Paulo, 2012.
“Amar verdadeiramente alguém é acreditar que, ao amá-lo, se alcançará uma verdade sobre si. Ama-se aquele ou aquela que conserva a resposta, ou uma resposta, à nossa questão “Quem sou eu?”. p.9.
[…]. “Para amar, é necessário confessar sua falta e reconhecer que se tem necessidade do outro, que ele lhe falta. Os que creem ser completos sozinhos, ou querem ser, não sabem amar, e, às vezes, o constatam dolorosamente. Manipulam, mexem os pauzinhos, mas do amor não conhecem nem o risco nem as delícias”. p.10. […]. “Só se ama verdadeiramente a partir de uma posição feminina. Amar feminiza. É por isso que o amor é sempre um pouco cômico em um homem, porém, se ele se deixa intimidar pelo ridículo, é que, na realidade, não está seguro de sua virilidade”. p.10. […]. “A forma feminina do amor, porém, é, de preferência, mais erotômana que fetichista: elas querem ser amadas, e o interesse, o amor que alguém lhes manifesta, ou que elas supõem no outro, é sempre uma condição sine qua non para desencadear seu amor ou, pelo menos, seu consentimento. O fenômeno é a base da corte masculina”. p.13 […]. “O que faz objeção à solução aristotélica é que o diálogo de um sexo ao outro é impossível, suspirava Lacan. Os amantes estão, de fato, condenados a aprender indefinidamente a língua do outro, tateando, buscando as chaves, sempre revogáveis. O amor é um labirinto de mal-entendidos onde a saída não existe”.p.15Revista
Lacan XXI – Revista da FAPOL- Federação Americana de Psicanálise da Orientação Lacaniana. vol.10, maio de 2021.
A psicanálise é uma cura por amor- Bernardino Horne
“É o amor que permite a instalação da transferência, e é ela, a transferência, que está no início da psicanálise. Também é o amor que permite a ação no campo da economia da psicanálise e o segredo da sua vertente “cura”, na medida em que é ele que permite mutar o gozo em amor e desejo. No real buscamos o novo no amor”. p.17