EDITORIAL
Por Karynna Nóbrega
Caro leitor,
Neste Divagações#02, você vai encontrar o Argumento de cada um dos Eixos Temáticos da III Jornada da EBP – Nordeste, que demarcam no Argumento da Jornada os aspectos epistêmico, clínico e político, respectivamente. Cada eixo de investigação teve uma questão disparadora a orientar a direção do seu trabalho…
EIXOS TEMÁTICOS
Eixo I – “Como situar a noção de acontecimento de corpo à luz do conceito de delírio generalizado?”
Responsáveis: Rosa Reis (EBP/AMP) e Rosa Feitosa (Correspondente Seção Nordeste)
Lacan usou a expressão ‘acontecimento de corpo’ para nomear o lugar do sinthoma após recolher sua eficácia na obra de Joyce [1]. O sinthoma, no Seminário 23, é uma reparação, uma suplência do lapso no nó borromeano: no real, no simbólico ou no imaginário e representa o sintoma quando este se encontra fora do inconsciente transferencial, reduzido ao seu núcleo de gozo. É um acontecimento de corpo
EIXO II – Pela via do sinthoma, como podemos ler a relação do falasser com o mundo?
Responsável: José Carlos Lapenda (EBP/AMP) e Sílvia Farias (Aderente Seção Nordeste).
A relação do falasser com o mundo está marcada pelo acontecimento originário, inaugural e traumático do encontro da carne com o significante. Trata-se do encontro do corpo com as palavras sem significação, que Lacan denominou de lalíngua, enxame de S1, entrada de um gozo “deslocalizado”. Tal experiência produz ressonâncias, efeitos e afetos enigmáticos, impossíveis de serem enunciados pelo sujeito. São marcas, entidades de gozo que nada comunicam, antes geram satisfação pulsional.
Eixo III – O que está em jogo na política lacaniana se nos referirmos a ela como acontecimento de corpo?
Responsáveis: Lídia Pessoa (AMP/EBP) e Vânia Ferreira (Aderente Seção Nordeste)
Por que trazer hoje na III Jornada da Seção Nordeste a discussão da política na psicanálise? Na década de 60 do século XX Jacques Lacan introduziu a dimensão da política à psicanálise no Seminário a lógica da Fantasia: “…se dirá não digo mesmo “política é o inconsciente, mas simplesmente, o inconsciente é a política”[1]. De que política se trata?