EDITORIAL
Por Severino Bernardino Neto
Leitor,
Iniciamos mais um número do nosso Boletim! Este Divagações #05 segue o espírito dos números anteriores e nos apresenta um belo convite para seguirmos divagando sobre o tema central da III Jornada da Seção Nordeste: “Cada um em seu mundo: todos delirantes?”
RESSONÂNCIAS
Fina Pele do Sintoma
Francisco Santos (da Comissão de Biblioteca da Seção Nordeste)
Neste dia 5 de setembro, tivemos mais uma atividade voltada para a III Jornada da Seção Nordeste, vestida de Noite de Biblioteca, com a discussão sobre o filme Pele Fina, dirigido por Arthur Lins, que esteve presente ao lado de Susane Zanotti, coordenadora da Comissão Científica da Jornada, animados por Sandra Conrado, que conduziu a fecunda conversação em torno da questão: o que o filme nos ensina sobre “cada um em seu mundo: todos delirantes?”, tema que permeará os trabalhos nos dias 24 e 25 de novembro próximo, em Recife.
Acontecimento de corpo e direção da clínica
Fernanda Vasconcellos
Se ampliamos o inconsciente – indo além das cadeias significantes e alcançando os afetos enigmáticos – incluiremos os acontecimentos de corpo, que não possuem a mesma estrutura das formações do inconsciente. Os acontecimentos de corpo possuem sentido de gozo, enquanto as formações do inconsciente possuem sentido de desejo. Aponta-se aqui para a distinção entre linguagem e lalíngua, destacando-se a importância do percurso de uma análise em se haver com o nível de lalíngua e com os afetos singulares que engendram no corpo. A conexão do sujeito com o corpo impõe sua presença na análise na medida em que o corpo é lugar de gozo.
A PALAVRA DO IPSIN
Elizabete Siqueira e Késia Ramos do Núcleo de Pesquisa sobre a Clínica Psicanalítica com as Psicoses
A clínica de cada um em seu mundo é a que nos desafia de forma maciça nos tempos que correm. É a clínica do “auto” generalizado e expandido nas autonomeações e nos modos singulares de gozo. É uma clínica que extrai seus recursos e possibilidades para o tratamento, sobretudo quando se trata de psicose ordinária, na condução transestrutural proposta pelo último ensino de Lacan, fundamentado na noção de foraclusão generalizada e na política do sintoma como a que orienta o tratamento.
BIBLIOGRAFIA COMENTADA
Suele Conde (da Comissão de Referências Bibliográficas)
Fabián Naparstek, em Psicoanalisis y política, nos fala acerca do significante mestre para a política e para a psicanálise [1]. Enquanto a política tenta fazer os sujeitos se identificarem a um significante mestre, a posição do analista vai na direção de uma desidentificação de tal significante para que o que é do singular do sujeito possa advir.
Marcus André Vieira, em Meus dias de branco, nos fala que não é mais possível, enquanto analistas lacanianos, afirmar que “o sujeito não tem cor ou gênero” [2]. Isso seria negar uma diferença.
PEÇAS SOLTAS
Quaerens quem devoret, mãe
Joyce Barbosa
Nada que eu pudesse te dar
Seria suficiente para preencher
O que não há lá