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A Inteligência psicótica

A mais sutil loucura é feita da mais sutil sabedoria, escrevia o ensaísta Montaigne no século XVI. Mas se a loucura ainda podia se inscrever como saber crítico para o ceticismo quinhentista de Montaigne, ela será radicalmente revogada por Descartes, que lança as bases do pensamento científico moderno pelo mesmo gesto que a reduziu ao silêncio. No termo de um longo processo de depuração que separou a razão de sua verdade negativa, a loucura deixará de ser tomada como experiência de lucidez, para dela não mais se esperar nenhum pensamento. Ao resgatar a inteligência enigmática da psicose, a psicanálise percebe que não se pode objetivar a loucura no nível pretensamente científico de uma psicologia dos fenômenos mentais. Interessa nos entender ao longo desse seminário em que sentido a psicanálise permite deslocar a experiência da loucura ao situar a psicose, como diz Foucault, na região perigosa e transgressiva escavada numa dobra em que a fala e a escrita fazem de si mesmas o tema de seu dizer.

  • Coordenação: Antônio Teixeira e Frederico Feu
  • Local: Sede da EBP-MG
  • Endereço: Av. Afonso Pena,2027.Salas 201-207
  • Horário: 20h30
  • Datas:
    • Agosto: 30
    • Outubro: 25
    • Novembro: 29
Imagem gentilmente cedida por Cao Guimarães
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