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    EDITORIAL

    Por Cleyton Andrade

    Aquilombamentos analíticos

    A categoria de sujeito não é redutível a qualquer forma de designação essencialista ou naturalista. Por isso não pode e nem tem como aderir integralmente a qualquer comunidade, movimento social, língua, origem ou território. Contudo, nem por isso a questão se torna fácil. Afinal, o pertencimento também não é da ordem de uma mera especulação.

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    Estrangeira íntima: entre o lugar e o exílio

    Por Renally Xavier de Melo
    Analista praticante – Seção Nordeste

    Há alguns anos, recebi para atendimento uma mulher preta retinta, de cabelos trançados e com consciência racial. Desde aquele dia, eu tenho me perguntado: Por que, nesses dez anos de prática clínica, só tenho atendido poucas vezes a pessoas negras em consultório? O fato é que, quando aquela mulher se sentou tête-à-tête para falar de sua história, eu percebi .

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    Racismo, Psicanálise e Neutralidade: Os Desencontros do mal-entendido

    Daniele Menezes
    Analista praticante – Seção Rio de Janeiro

    Tal como Dona Ivone Laura nos ensinou, iremos pisar nesse chão devagarinho. Pisamos em chão brasileiro, chão incialmente habitado pelos povos que foram nomeados, pelo branco, como indígenas e chão posteriormente habitado pelos negros que foram sequestrados de outro continente, também pelo branco europeu e cristão. A Psicanálise praticada e estudada por aqui não tem como fugir desse chão comum, disso que nos antecede.

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    O inconsciente estaria protegido das questões raciais?

    Renata Mendonça
    Membro da EBP e da AMP – Seção Minas Gerais

    As questões raciais são uma questão no Brasil, uma luta desde o seu nascimento. O Brasil viveu a escravização dos negros, a fuga dos escravos para os Quilombos, as lutas constantes dos negros por uma equidade entre negros e brancos. Uma vida mais justa em que o fenótipo do corpo negro não seja definidor de lugares, salários e violência do Estado. Uma luta que mata os corpos e os sujeitos. Essa busca e luta constante, que ocorre desde sempre, teve avanços, mas, ainda está muito aquém do necessário.

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    Um corpo, uma cor e a psicanálise – questões?

    Anícia de Jesus Ewerton
    Analista praticante – Seção Nordeste

    “Considerações contemporâneas” é assim que Freud inicia o título dado ao seu texto de 1915, Considerações contemporâneas sobre a guerra e a morte, mas qual a definição possível para o contemporâneo?  Recorro a uma das definições dada por Giorgio Agamben (2009), que diz que ser contemporâneo é quando conseguimos manter um olhar fixo ao seu tempo, a fim de que não percebemos, somente, as luzes, mas que sejamos capazes de perceber o escuro.  Enquanto Agamben nos convida a “manter um olhar fixo ao seu tempo”, Lacan (1953) vai dizer “deve renunciar à prática da psicanálise todo analista que não conseguir alcançar em seu horizonte a subjetividade de sua época”. Esta colocação do Lacan vai ao encontro do pensamento de Freud, quando ressalta que a psicologia individual é inseparável da psicologia social.

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