logo
Jose Manuel Ballester, “El Jardín Deshabitado”, 2007

Jose Manuel Ballester, “El Jardín Deshabitado”, 2007

Correio Express Extra N.7

Editorial

Por Sérgio de Castro – Diretor Geral da EBP

O texto de Marie-Hélène Brousse, partindo de um confinamento de prisioneiro que esses tempos caóticos impuseram a todos, nos conduz ao artigo de Lacan “O tempo lógico e a asserção da certeza antecipada”, trazendo-o para nossas circunstâncias e Época. Sem termos podido, no desarranjo dos laços sociais produzidos pela pandemia, passar pelo instante de ver, somos – não sem espanto – levados a um longo tempo de compreender. Quebradas as rotinas sustentadas nos discursos estabelecidos que organizam a vida cotidiana, será o sintoma, em sua vertente não dialetizável, que vem para um primeiro plano enviesando esse tempo de compreender. Uso ou não uso luvas? Fico ou saio de casa?

O texto de Tânia Abreu, ao fisgar, num recente diálogo entre políticos europeus o termo infodemia, nos fala sobre o modo compulsivo de se buscar informações, levado a um paroxismo no tempo de compreender que nos encontramos, como uma resposta ao desamparo existencial do falasser. A essa pretensão compulsiva de tudo querer saber, o que pode advir de um encontro com um analista?

Henri Kaufmanner, ao se referir ao confinamento, nos falará que esse corpo que retorna para a casa carrega uma alteridade que escapa aos semblantes e, junto com ele, a dimensão real da morte. Se essa experiência com o infamiliar produz respostas como o uso compulsivo e mortífero das tecnologias, constatamos também nesse momento invenções que certamente colocam em jogo a solidariedade de uns-sozinhos.

Os tempos do vírus – Por Marie-Hélène Brousse – Leia mais

Estamos todos “infodêmicos”? – Por Tânia Abreu – Leia mais

A pandemia e o infamiliar – Por Henri Kaufmanner – Leia mais

Print Friendly, PDF & Email