Correio Express Extra N.6
Editorial
Por Sérgio de Castro – Diretor Geral da EBP
Neste número da Correio Express leremos o texto de Éric Laurent, seguido do de Jésus Santiago e o de Andréa Vilanova, de onde poderemos retirar questões cruciais relativas aos autocratas, à biopolítica e a seu avesso.
Com o deslocamento que Laurent introduz entre os comitês de ética e os comitês científicos, a partir dos quais se concebem biopolíticas, podemos nos perguntar se, recusando sumariamente essas últimas, como tentam fazer os populistas autocráticos, não corremos o risco de forçar de tal forma os semblantes que sustentam os laços sociais que as consequências poderão ser desastrosas.
Jésus Santiago observa que, sendo o discurso analítico o avesso da biopolítica, podemos tomá-la como um sintoma. Portanto, o cálculo para nós analistas se apoia num bom uso dos semblantes que não desconsidera o vazio que a incidência do significante instala no corpo de cada falasser.
Andréa Vilanova nos pergunta sobre as especificidades de uma biopolítica num país com mais de cem mil pessoas vivendo na rua e autocraticamente governado.
Prossigamos com essas leituras tentando extrair delas elementos num tempo que ainda é o de compreender.