Cauã Reymond – Ator e Produtor
Eu lembro das imagens do fogo na Cinemateca… no primeiro momento veio a sensação de tristeza somada ao descaso que a gente tá tendo com isso, não só com a cultura, mas com muitos setores no nosso país. Como ator, produtor, e como espectador – que eu acho que é até, inclusive, um lugar super importante né? – afinal, eu penso também como uma pessoa que assiste os filmes. Sou fã do nosso audiovisual e torço, estimulo e trabalho para que o nosso audiovisual sempre cresça e que possa evoluir, que possa melhorar.
Fico muito triste porque eu fico com a sensação de que a gente está perdendo a nossa memória. Enquanto eu vejo outros países que cuidam tão bem da sua memória e as pessoas têm acesso a todo um trabalho. Acesso àquilo que os atores, produtores, diretores, escritores, todo mundo que tá envolvido no setor de audiovisual, tudo que eles produzem está acessível muitas décadas depois. Estão sempre cuidando da sua memória né?
Eu fico com a sensação de que a gente, no Brasil, realmente tem a memória curta. Tanto que a gente esquece com facilidade coisas que aconteceram no passado, em todos os setores daí do nosso país, como agora a gente vai ter a memória curta também por conta dessas perdas que estão acontecendo. O que fica evidente nesse incêndio da Cinemateca, nesse incêndio da nossa memória, do nosso audiovisual, é o descaso que a gente tem com a nossa cultura.