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Faço um breve relato de minha experiência com um cartel online que surgiu em abril de 2002, durante um Encontro da EBP em Salvador, e teve como tema “a formação do analista”. Os quatro cartelizantes e o Mais-um eram, na ocasião, diretores de cartel de quatro Seções da EBP (Salvador, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro) e da Delegação de Curitiba.
Tínhamos, formalmente, um dia marcado. Escolhíamos um texto para comentar a cada semana, por email. Embora tivéssemos uma causa comum – como lidar com a diretoria? –, cada um tinha sua própria questão.
A formalização dos encontros acarretou, por um lado, a perda da surpresa dos encontros, a fala improvisada, o inesperado; por outro, havia um compromisso maior com a “fala escrita”: tomar a escrita a cada encontro ao invés de “tomar a palavra”. Nesta ocasião, não era comum, para nós, o uso do skype.
A cada encontro os participantes comunicavam seus impasses na função de diretor, a partir de um dos textos enviados. O virtual mata um pouco o espírito do cartel, na medida em que a presença se faz através de um escrito. Nesse sentido, pode-se dizer que “o interlocutor vira texto”.
Por outro lado, o fato de não haver a presença física pode proporcionar uma diminuição do imaginário. Uma palestra lida, por exemplo, não acarreta o mesmo fascínio de quando a plateia a assiste.
Todos, de certa forma, se ocuparam da função de Mais-um. Talvez possa dizer que a própria distância se ocupou desta função, na medida em que estimulava uma produção, papel geralmente atribuído ao Mais-um.
Uma análise não se faz pela internet, a não ser esporadicamente, no caso a caso. No cartel, contudo, apostamos nesta experiência. Acompanhamos as dificuldades vividas na função de diretor, produzindo a partir de nossos escritos.
Encontramo-nos uma única vez, na Jornada Nacional de Cartel, em São Paulo, quando o cartel se desfez e cada um apresentou um produto final.
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