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Diferentemente da Vênus de Botticelli emergindo das ondas, o desejo do psicanalista supõe uma queda, uma ruptura prévia na cadeia das identificações, especialmente fálicas. É preciso uma queda e a substituição de uma identificação por outra ligada ao discurso analítico: essa é a metáfora da passagem do discurso do inconsciente para o discurso da psicanálise.
Ora, essa metáfora não se faz sem restos. A elaboração do matema de si mesmo não é a transmissão integral de si em silêncio, como nos romances de ficção científica que sonham com o teletransporte, ou como nos romances de Michel Houellebecq nos quais os clones encarnam o mito de uma identidade separada do corpo, conectada a um puro vivo, retorno da alma do mundo. Se o passe fosse isso, ele seria uma soteriologia3 para ilustres intelectuais. O vivo não se transmite integralmente. Não há eternidade, há restos. Como o ser (l’être), o resto se diz de múltiplas maneiras: são os restres ou os rêtres4.
Os restos do significante
O percurso de uma psicanálise se inaugura com o estabelecimento do inconsciente transferencial, por meio da associação de dois significantes S1 → S2. Ele termina num horizonte onde os significantes-mestres do sujeito se desprendem das múltiplas ligações que haviam tecido e tomam, desde então, uma dimensão real. O retorno deles nas cadeias identificatórias se torna impossível: S1 se encontra isolado, separado de S2.
Mas sempre restarão significantes que não ficarão completamente sozinhos. Nós não esperamos que todos os significantes-mestres de um sujeito sejam assim produzidos; basta que alguns o sejam suficientemente. Assim, um sujeito evoca, durante as primeiras sessões, as três gerações de desejo que provocaram o embaraço no qual ele se encontra. Em primeiro lugar, o casamento do avô com uma mulher de classe inferior, cujos filhos incomodam a família. Em seguida, uma mãe que maltrata seus próprios filhos. Por fim, ele, o filho, que se divorcia aos quarenta anos com a firme intenção de “não fazer sofrer sua mulher”, embora aconteça, lógico, exatamente o contrário. A análise terá que desfazer esse emaranhado.
Os significantes-mestres circulam entre as gerações, para além dos indivíduos – assim como a transmissão daquela bofetada evocada por Lacan5. Produzir esses S1 consiste em liberar o sujeito de sua ingenuidade e de sua perplexidade e percorrer o labirinto de gozo no qual se atam repetição, culpabilidade, agressividade, depressão e agitação extrema. Será necessário isolar os significantes familiares que, em sua contingência, contribuem para a formação e para a estabilização dos modos de satisfação que constituem a fantasia. Passamos, assim, o percurso do desenvolvimento da cadeia significante às relações do sujeito com os objetos do seu gozo: $ <> a. Essa passagem se faz graças à dupla função do psicanalista: de um lado, como destinatário das demandas do sujeito, de outro, como objeto que deteria a chave do impossível: a → $.
A identificação de um modo de gozo não é a identificação a um modo de gozo. É o que nos ensina o fim de “A direção do tratamento...”6. Enquanto a psicanálise da época visava a identificação do sujeito à sua fantasia, Lacan mostra como o sujeito é conduzido, pela pulsão, à contingência do amor. A fantasia pode ser “atravessada”.
A identificação de um modo de gozo modifica o que entendemos por identificação. Como indica o Seminário do mesmo nome, o desenvolvimento de uma série na qual se misturam significantes e valor de gozo – que pode se escrever (1+a) – permite definir um valor de gozo para toda a série. Lacan esclarece assim os debates nos quais a psicanálise se afundava em contradições, dividida entre a transferência como repetição da cadeia significante e a transferência no presente, articulada à entrada da fantasia na realidade da sessão. Um tratamento psicanalítico não se faz, portanto, sem restos.
Os restos da passagem entre o inconsciente e o modo de gozo
O inconsciente é esse lugar do discurso onde o princípio da não contradição não reina. É uma zona de onde se sai das oposições entre o sim e o não, o verdadeiro e o falso. Essas oposições são levantadas como o véu que recobria a divisão do sujeito pelo gozo [a → $].
Quanto mais a análise avança, mais o sentido do sintoma conduz ao seu mais além. O sentido do sintoma constitui a primeira via em direção à sua identificação, o tratamento torna-se o lugar de uma nomeação do sintoma; Lacan, porém, invocou, a este propósito, La Chasse au Snark7 de Lewis Carrol, pois essa caça ao significante que viria verdadeiramente nomear o sintoma esbarra com o princípio de substituição: o Snark era um Boojum8.
A solução nos seria dada por um contemporâneo de Lewis Carrol, Oscar Wilde, que descrevia a caça à raposa como “o indizível à procura do incomível” (the unspeakable in pursuit of the inedible)? A identificação de um sintoma dará acesso à identificação ao sintoma pela reintrodução do gozo, uma vez que o desaperto9 da identificação a um significante-mestre – S1 – permitirá o aperto de um furo.
Tomemos o exemplo de um sujeito marcado pela cena na qual surpreendeu os pais numa cena sexual. Ele guarda a lembrança de uma frase enigmática da mãe: “Você voltará quando o céu ficar violeta”. Por muito tempo, os recursos do equívoco da frase deixaram-no na errância entre o enamoramento por jovens andrógenas e a contemplação fascinada de sexos desvelados de maneira pornográfica. Quanto tempo a fixação escópica do sintoma o manterá livre da constatação de ele nunca se recuperou determinação da mulher proibida, inacessível? Do significante-mestre ao furo na linguagem, a passagem não se faz sem restos.
Os restos da passagem no furo
Enquanto se produzem as identificações que tramaram a história do sujeito, revela-se não somente que a identificação é múltipla, mas, sobretudo, que ela é impossível. Ninguém pode se identificar ao seu próprio inconsciente. O sujeito pode sonhar em isolar a fórmula do inconsciente, mas nós sabemos os limites dessa empreitada – é o que testemunha a tentativa de Serge Leclaire10, ao procurar reduzir o seu inconsciente à sua raiz “Poordjeli” e sair da alienação por esse viés11. A separação em relação ao Outro não reside na cadeia significante, mesmo reduzida a seu caroço. Permanece impossível para o sujeito significar a si mesmo. Não existirá a palavra final (fin mot), nos diz Sonia Chiariaco12. Não há univocidade tão absoluta que atinja uma universalidade literal. Por outro lado, a separação reside do lado do objeto a, furo da letra na mediocridade do sentido, como o evoca “Televisão”13. É na vertente do tratamento enquanto experiência lógica que se produz o furo na língua do sujeito. Lacan isola assim a função lógica da letra como argumento de uma função, F(x), a de um furo na linguagem. Ele evoca o poder de “soflagem”14 da escrita: “Todos os animais são mortais, vocês sopram os animais e vocês sopram mortais, e vocês colocam no lugar o ápice do escrito, isto é, uma letra, simplesmente”15.
Essa concepção da escritura não é a da escrita como impressão, nem de uma homologia entre essas duas dimensões que são a fala e a linguagem. Para que, via repetição, o furo possa ser escavado, é preciso começar por dizer e não por escrever, no sentido da literatura. A esse respeito, afirma Lacan: “a autoanálise de Freud era uma writing-cure e eu creio que é por isso que ela falhou. Escrever é diferente de falar. Ler é diferente de ouvir”16.
O furo assim escavado nos enunciados do sujeito não é, entretanto, suficiente: é preciso ainda que o sujeito mergulhe no furo aberto no e pelo inconsciente, que Lacan compara com o buraco existente no palco dos teatros17. Depois de ter evocado o ato analítico, Lacan assinala: “Não há passagem ao ato senão como um mergulho no buraco do ponto, aquele que sopra sendo, evidentemente, o inconsciente do sujeito”. O analista marca o lugar desse buraco ao mesmo tempo em que o vela [a → $]. A operação lógica no tratamento não pode, no entanto, se reduzir à escritura de funções de gozo como numa espécie de Begriffschrift psicanalítica18. Se essa escritura faz aparecer o furo nos enunciados – assim como aquele que produz o argumento da função –, o sujeito pode, entretanto, permanecer na borda.
Na série das vinte conferências pronunciadas em 2005 na rádio France Culture, Jacques-Alain Miller explorava precisamente o que se produz “quando os tratamentos duram muito tempo”, mas o sujeito não “mergulha” no buraco do ponto19. Esse aspecto indexa um obstáculo no qual os testemunhos de passe podem esbarrar. Por exemplo, aquele que era filhinho da mamãe, que se tornou um mulherengo, continua a querer seduzir a Escola no procedimento do passe. Aquela que era a filhinha do papai e rejeitava sua mãe, tinha amado o passador e detestado a passadora. O homem marcado pelo segredo familiar carrega com ele uma atmosfera de clandestinidade que se atesta no dispositivo. Aquela que foi marcada pela solidão na infância quer ser adotada pela Escola e encontrar nela sua nova família20. Essa declinação dos restos mostra a presença de fundo21 (en abyme) da fantasia.
Como então o tal mergulho pode se produzir? Lacan dá uma indicação bem precisa: é necessário que o sujeito descomplete o sintoma do Outro. “É preciso ter sido formado como analista. É somente quando este está formado que, de vez em quando, isso lhe escapa; estar formado é ter visto como o sintoma se completa”22. É via incompletude que o salto no buraco poderá se produzir. Isso supõe que sejam franqueados os restos de identificação fantasística e os restos de identificação com o analista.
Os restos da identificação com o analista
O princípio do fracasso do ato analítico reside, em última instância, na identificação com o analista, a qual se dá sob duas formas distintas.
De um lado, a identificação com o analista como aderência ao psicanalista que foi o instrumento da operação analítica: o sujeito se torna analista como o deseja seu analista ou como este último. Angelina Harari mostrou perfeitamente as consequências dessas autorizações ilusórias (en tromp-l’oeil)23. A identificação com o analista se faz à sombra desses jogos narcísicos nos quais um é a imagem do outro. Identificações fantasísticas e narcísicas se recobrem como nas “brincadeiras da margem com a onda [...] com os quais se encantou [...] o maneirismo”, nos diz Lacan24. Essa identificação pode também se produzir quando o sujeito nomeado como passador pelo analista não se apresenta ao passe depois, ficando assim ligado à satisfação obtida do seu analista.
Por outro lado, há a identificação com o analista como aderência a um ideal ou a uma norma do que seria o analista: ela impede que essa perspectiva idealizante e normativa seja abandonada. O esforço da Comissão do passe é de não mais considerar a existência de um analista tomando como medida a exceção a uma regra, para decifrar, ao contrário, a partir da exceção, uma faceta do que é ser um analista. Parte-se então, não do que é comum ou corrente, mas, sobretudo, do que é inabitual. É segundo essa perspectiva que “Cromwell foi julgado como o inglês mais típico do seu tempo, simplesmente porque ele foi o mais bizarro”25. Essa lógica da singularidade é aquela na qual o vazio e o gozo entram em jogo, mais além dos significantes-mestres que fazem a lei para cada um.
Uma topologia do resto a produzir
Para concluir, proponho que nos confrontemos novamente com o desenho atribuído a Rembrandt e que está exposto no Museu de Belas Artes de Rennes. Lacan se serve dele para opor a construção do sinthoma e as complicações do aprisionamento26 na imagem do corpo. “É somente na medida em que os seres são inertes, isto é, suportados por um corpo, que se pode dizer a alguém, tal como foi feito por iniciativa de Popilius – eu fiz um grande círculo em torno de você e você não sairá daqui antes de ter me prometido tal coisa”27.
É o sinthoma que permite não sujeitar a singularidade à individualidade ou à inércia do corpo. Ele supõe colocar em jogo o recobrimento dos orifícios pulsionais do corpo e os furos do inconsciente. Em sua “Nota passo a passo”, J.-A. Miller nos convida a reconhecer “no círculo popiliano, o círculo vazio [...]. Popilius só faz parceria com o monarca oriental para separá-lo dos seus órgãos consultivos e militares, e para desinflar sua enfatuação, até reduzi-lo a uma bexiga vazia”28. Prossigamos nesse sentido e imaginemos que o círculo que envolve Antiochus e a multidão, que cerca o par formado por Popilius e Antiochus, trace a borda de um furo. No lugar de Antiochus suntuosamente vestido, coloquemos Vênus suntuosamente despida. Abramos sua boca, tal como faz Freud em seu sonho da injeção dada a Irma. O abismo assim aberto introduz a questão da singularidade do modo de gozo, que pertence ao corpo, sem, no entanto, se reduzir a ele. Respondendo à angústia que nos sufoca, temos a chance de responder ao convite de Demócrito, segundo a leitura que Lacan nos propõe em Mais, ainda e em “O aturdito”. O átomo de Demócrito, assim como o sinthoma de Lacan, é a um só tempo corpo e “elemento de significância volante”. O gozo do corpo é simultaneamente corpo e vazio, “não mais corpo do que vazio”29 . Essa não é a palavra final, mas a articulação de uma topologia a ser produzida, aquela do lugar de “mais ninguém”.
Tradução e revisão: Márcia Bandeira e Samyra Assad.
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Notas
1 Texto traduzido do original “La passe et les restes d’identification”, publicado em Révue de la Cause Freudienne (76). Paris: Navarin, pp. 44-50. O texto foi publicado na Opção Lacaniana online nova série. Ano III. Julho de 2012. Disponível em: www.opcaolacaniana.com.br/nranterior/numero8/index.html
2 Eric Laurent é psicanalista, membro da Escola da Causa Freudiana e da Associação Mundial de Psicanálise. Essa intervenção foi apresentada nas Jornadas da ECF, que aconteceram nos dias 10 e 11 de julho de 2010, em Rennes, sob o título Nascimento do desejo do psicanalista no século XXI. O quadro de Botticelli citado por Laurent inspirou o cartaz das jornadas.
3 (N.T.): De acordo com o dicionário Le Petit Robert (2012), soteriologia significa doutrina da salvação por um redentor.
4 Saint Simon dá vida a esse termo no singular: “o velho rêtre, muito-estimado, muito-cuidadoso com os restos do seu ser (être). O Littré (Dicionário da Língua Francesa) repertoria também o verbo r’être: termo antigo. Ser de novo é conjugado como o verbo ser (être)”. [NDLR]
5 LACAN, J. (1998[1957]). “A psicanálise e seu ensino”. In: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, p. 450.
6 Idem. (1998[1958]). “A direção do tratamento e os princípios de seu poder”. In: Escritos. Op. cit., pp. 645-649.
7 (N.T.): Poema de Lewis Carrol, caracterizado pelo non-sense, cujo tema é a caça a um animal fantástico, o Snark.
8 “No meio dessa palavra que ele tentava dizer / No meio de sua alegria e do seu riso loucos, / De repente, muito lentamente, ele desaparecera - / Pois, imaginem vocês, o Snark, era um Boojum”. CARROL, L. (1989). “La Chasse au Snark”. In: Oeuvres,t. II. Paris: Robert Laffont, p. 29.
9 (N.T.): O termo no original desserrage significa “ação de desapertar”, cujo uso nesse contexto gera certo estranhamento. Ainda que possamos traduzi-lo por “afrouxamento”, optamos por manter o sentido original, já que Laurent joga com a oposição dos dois termos: desserrer e serrer (“apertar”). Desse modo, nos servimos também do sentido figurado relativo ao termo “aperto” (serrage), que implica uma situação difícil e evidente.
10 LECLAIRE, S. (1968). “Le rêve à la licorne”. In: Psychanalyser. Paris: Seuil, p. 117.
11 LACAN, J. (1998[1960]). “Posição do inconsciente”. In: Escritos. Op. cit., p. 856.
12Em seu testemunho nas Jornadas de Rennes, publicado nesse mesmo número da Révue de la Cause Freudienne (76), pp. 9-14.
13LACAN, J. (2003[1974]). “Televisão”. In: Outros Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, p. 542.
14(N.T.): De acordo com o Dicionário on line do Google, soufflage significa “arte ou ação de moldar a massa de vidro aquecida, inflando-a com um sopro através de um tubo”.
15LACAN, J (2006[1971]). ”Le séminaire, livre XVIII: d’un discours qui ne serait pas du semblant. Paris: Seuil, pp. 81-82.
16Idem. (1976[1975]). “Conférences et entretiens dans les universités nord-américaines”. In: Scilicet (7), pp. 35-36.
17 (N.T.): Trou du souffleur no original. Buraco no palco de um teatro destinado a alojar uma pessoa encarregada de “soprar” a fala dos atores, prevenindo assim, as eventuais falhas de memória. No vocabulário das artes cênicas, aquele que sopra o texto é chamado de “ponto”.
18 LACAN, J. (1967-1968). “O ato psicanalítico”. Seminário inédito, lição de 31/01/68.
19 (N.T.): vide nota 15.
20 MILLER, J.-A. (2005). “Histoires de...psychanalyse”. Conférences à France Culture, inédito.
21(N.T.): Mise en abyme é um termo em francês que significa literalmente "cair no abismo", usado pela primeira vez por André Gide ao falar sobre as narrativas que contêm outras narrativas dentro de si. A Mise en abyme pode aparecer na pintura, no cinema e na literatura.
22LACAN, J. (1976[1975]). Op. cit.
23 HARARI, A. (2010). “Point d’émergence du désir de l’analyste ?”. In: Révue de la Cause Freudienne (76). Paris: Navarin, pp. 25-28.
24LACAN, J. (1998[1958]). “Observação sobre o relatório de Daniel Lagache: ‘Psicanálise e estrutura da personalidade’”. In: Escritos. Op. cit., p. 687. Tomemos o seguinte exemplo onde vemos que juncos e sonhos estão espelhados: “A sombra dessa flor vermelha / e a sombra dos juncos vergados/ pareciam estar lá dentro/ os sonhos da água que cochila”. L’HERMITE, F. T. (1638). “Promenoir de deux amants”. In: Les Amours de Tristan. Paris: Libraire de Monfeigneur.
25GEERTZ, C. (1973). Bali, interpretation d’une culture. Paris: Gallimard.
26(N.T.): assignation à résidence é um termo do Direito que significa a obrigação feita a alguém de residir num local determinado pelo juiz, numa situação de expulsão ou de uma instrução judicial.
27 LACAN, J. (2005[1975-1976]). O seminário, livro 23: o sinthoma. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, p. 105.
28MILLER, J.-A. (2007[2005]). “Nota passo a passo”. In: O seminário, livro 23: o sinthoma. Op. cit., p. 223.
29LACAN, J. (1985[1972-1973]). O seminário, livro 20: mais, ainda. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, p. 97 e Idem. (2003[1973]). “O aturdito”. In: Outros Escritos. Op. cit., p. 496. Ver também o comentário de Barbara Cassin sobre a referência de Lacan a Demócrito. CASSIN, B. (2010). In: Badiou, A. e CASSIN, B. Il n’y a pas de rapport sexuel. Deux leçons sur L’Étourdit de Lacan. Paris: Fayard.
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