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  MANIFESTAÇÃO DE REPÚDIO ZADIG DOCES&BÁRBAROS
 


O assassinato da vereadora Marielle Franco não constitui um crime ordinário, fruto da violência urbana, mas um ato de execução sumária com conotações políticas daqueles que se colocam como inimigos do gênero humano. Nossas discussões, há poucos dias atrás, no Fórum “Por que apenas existem raças de discurso: desafios da democracia”, mostraram que a força do contágio dos racismos no mundo constitui uma doença letal para a vida democrática e republicana. A luta que Marielle sempre travou contra a discriminação racial e pela diversidade de gênero é exemplo vivo para as conquistas da democracia. Uma sociedade restrita aos ideais da legalidade e da norma jurídica é incapaz de se contrapor ao racismo que se revela, ao longo dos tempos, uma arma privilegiada das tendências obscurantistas e conservadoras da sociedade brasileira. O momento atual demonstra que, inclusive buscando recursos no Direito, o Estado pode promover as expressões de retrocessos e obscurantismo próprios dos regimes de exceção. Insistimos, por consequência, que a democracia não se confunde com o “juridicismo": seu vigor e suas conquistas substanciais exigem uma conversação intensa e assídua sobre as grandes direções indispensáveis à vida e à civilização. Nessa conversação, o nome de Marielle Franco (que já nos era uma referência) torna-se agora, pela luta que ele sustentava e o modo brutal como foi riscado da existência, um marco ainda mais incontornável.

Jésus Santiago
responsável por ZADIG doces&bárbaros Rede Internacional de Política Lacaniana

   
 

NOTA DE REPÚDIO DA ESCOLA BRASILEIRA DE PSICANÁLISE

 


A Escola Brasileira de Psicanálise (EBP) manifesta seu repúdio e seu profundo pesar pelo assassinato da vereadora Marielle Franco, ocorrido na noite de ontem, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Oriunda do Complexo da Maré, Marielle dedicou-se à causa de mulheres e negros, bem como à defesa dos Direitos Humanos.
Manifesta seu repúdio, ainda, à violência generalizada que se alastra sem freios, e a todo e qualquer ato que coloque em risco a integridade humana, bem como a vigência do Estado Democrático de Direito em nosso país.
A EBP acompanhará os desdobramentos e permanecerá atenta ao momento delicado que nossa democracia atravessa. Trabalhamos para que as mais diversas vozes da cidade possam encontrar e inventar as palavras que expressam o mais precioso de suas vidas e para que não se calem jamais.

Luiz Fernando Carrijo da Cunha, Diretor da EBP
Lucíola Freitas de Macedo, Presidente da EBP

 

ABERTURA DO FÓRUM

 

Zadig – raças de discurso | Angelina Harari leiamais

Por que só há raças de discurso: desafios à democracia | Jésus Santiago leiamais

A verdade histórica ou o real? | Luiz Fernando Carrijo da Cunhaleiamais

TEXTOS APRESENTADOS NO FÓRUM


Prescindir do Tempo da Cervidão, com “c”

Maria do Carmo Dias Batista leiamais

 

Nossa cruel desigualdade
Angela Bernardes leiamais

 
A contingência negra
Marcelo Veras leiamais
 

As armas do analista frente ao discurso racista
Ana Lydia Santiago leiamais

 
  TEXTOS PREPARATÓRIOS
A favela e a localização do mau no racismo contemporâneo | Bernardo Carneiroleiamais


Racismo e ato político | Cleyton Andradeleiamais


A raça é uma ilusão | Lucíola Freitas de Macêdo leiamais


Um caso de militância virtual | Rodrigo Lyra Carvalholeiamais


Não existe raça, mas racismo | Sérgio de Camposleiamais


Miscigenação | Sérgio de Castroleiamais


  EXPEDIENTE | Editoras: Daniela de Camargo Barros Affonso | Eliana Machado Figueiredo | Flávia Cêra |
Maria do Carmo Dias Batista (Editora Geral) Conselho Editorial: Diretoria Geral da EBP 2017-2019 |
Diretor Geral: Luiz Fernando Carrijo da Cunha | Alessandra Sartorello Pecego | Henri Kaufmanner | Rodrigo Lyra Carvalho.
Design e Editoração: KatiaOliveira
 
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